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Rogério Panca, presidente da Abecs

Os pagamentos por aproximação, com o uso de NFC, estão em franca expansão no Brasil. Nos primeiros três meses deste ano, foram 2 bilhões de transações nesta modalidade, crescimento de 474% na comparação com o mesmo período de 2021, o que representa 30% do total de pagamentos presenciais com cartões. Os números foram informados na manhã desta terça-feira, 10, pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), em entrevista coletiva sobre o balanço do primeiro trimestre de 2022.

De acordo com a associação, esse volume de transações somou R$ 103,2 bilhões, um montante 455,9% maior do que o registrado em igual período do ano passado. O mais usado nessa função foi o cartão de crédito, com R$ 58,1 bilhões, seguido pelo cartão de débito, com R$ 28,4 bilhões, e pelo cartão pré-pago, com R$ 16,7 bilhões.

Segundo projeções feitas por Rogério Panca, presidente da Abecs, a adoção desta tecnologia continuará a crescer ao longo do ano, chegando a representar 50% de todas as transações presenciais feitas com cartão de crédito no Brasil. Ele estima que o País deverá movimentar R$ 3,2 trilhões ao longo do ano por meio de pagamentos digitais.

Rio de Janeiro

Este crescimento de NFC, no entanto, pode ser freado no Estado do Rio de Janeiro. Um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) pode obrigar que cada compra feita com cartão de crédito ou débito por aproximação tenha que ser aprovada pelo consumidor via aplicativo. De autoria dos deputados Lucinha (PSD) e Luiz Paulo (PSD), o PL determina que o consumidor seja consultado e autorize por escrito se quer o cartão com tecnologia de aproximação.

“Se esse PL passar, teremos um Estado sem a utilização do NFC. A transação fica impraticável se estipular valores e tiver que autorizar via aplicativo ou SMS. O NFC é uma tecnologia que funciona não só no Brasil, mas no mundo. Se o Rio quiser inventar algo diferente disso, ficará sem poder usar essa tecnologia”, afirmou Panca.

Pix

Panca observou ainda que a chegada do Pix não teve impacto substancial na comparação com pagamentos em cartões de crédito. “Temos hoje duas grandes opções de pagamentos digitais com públicos e finalidade distintas. O Pix tem um papel predominante nas transferências de pessoa a pessoa, pela questão da instantaneidade e do custo”, disse. “Quando falamos em cartões, observamos crescimento em crédito e NFC. A penetração do Pix ainda é pequena ao comparar com crédito”, completou.