O Easy Taxi lançou no fim do primeiro trimestre, ainda em caráter beta mas disponível no Brasil inteiro, o Easy Share, uma opção para o compartilhamento das corridas de táxi solicitadas dentro do seu aplicativo. A ferramenta está sendo exprimentada por enquanto apenas no Brasil e no Peru. Cerca de 1 mil corridas já foram compartilhadas e a expectativa da empresa é de que dentro de 18 meses metade das viagens solicitadas pelo app na América Latina serão compartilhadas. Hoje a Easy Taxi registra cerca de 8 milhões de corridas por mês na região.

O algoritmo do app procura pessoas próximas que solicitem um taxi para destinos também próximos. Em breve, serão aceitos também múltiplos destinos, mesmo que distantes, desde que formem um trajeto que faça sentido. E será possível também encaixar passageiros com viagens curtas dentro de uma viagem  longa.

"Com todo o big data que temos e o volume de pedidos de corridas que recebemos, conseguimos otimizar e maximizar o número de passageiros dentro do carro", diz Dennis Wang, co-CEO da Easy Taxi, em entrevista a MOBILE TIME. Hoje, cada táxi  no Brasil carrega em média 1,3 passageiro. Com o compartilhamento de corridas, o executivo acredita que esse número subirá para 1,7 ou 1,8 no médio prazo.

O sistema aceita até quatro passageiros simultaneamente dentro do táxi. O valor final da corrida acaba sendo um pouco maior do que o marcado no taxímetro, como forma de premiar o motorista pelas paradas adicionais e eventuais saídas de rota. Para os passageiros, o compartilhamento faz com que a corrida fique entre 50% e 60% mais barata, em média. É o próprio app quem calcula o preço para cada pessoa. A ferramenta está disponível apenas para quem solicitar corridas com pagamento in-app, seja via cartão de crédito ou voucher corporativo.

Wang acredita que não será difícil convencer o brasileiro a experimentar o compartilhamento de corrida. Ele lembra que já estamos aprendendo a compartilhar outras coisas até mais pessoais, como um quarto em nossas casas via AirBNB. E, quando se trata de transporte, seria mais ou menos como dividir o ônibus ou o metrô. Além disso, o momento de crise econômica é propício para as pessoas experimentarem soluções que as ajudam a reduzir custos.

O compartilhamento de corridas está presente no decreto publicado pela prefeitura de São Paulo esta semana, que, dentre outras coisas, regulamenta também os serviços de carona solidária e de transporte de passageiros em carros particulares, como o Uber. O fato de São Paulo ser a única cidade a ter regulamentado o compartilhamento de corridas não significa que a prática não possa ser adotada em outros municípios do País. Na verdade, em nenhuma das grandes capitais há proibição explícita ao compartilhamento, o que, portanto, permite que seja feito.