Foco no usuário, open banking e digitalização dos bancos foram os temas mais abordas pelos representantes dos bancos na abertura do CIAB Febraban 2019, nesta terça-feira, 11. Em sua 29ª edição, o congresso aborda os desafios da indústria, que passa também pela relação dos bancos tradicionais com as fintechs.

“Atualmente, os serviços financeiros passam por um momento de transformação e até disrupção na indústria. Cada vez mais as plataformas digitais impactam os clientes”, disse Maurício Minas, membro do conselho de administração e supervisor de TI e estratégia digital do banco Bradesco. “Neste cenário, as fintechs e os bancos têm potencial para trabalhar em harmonia, pois são complementares. As fintechs podem resolver questões dos clientes no dia a dia, enquanto os bancos podem ser parceiros no longo prazo”.

Octávio de Lazari Jr. presidente do Bradesco, frisou que o cliente deixou de ser agente consumidor. Em sua visão, o cliente está no centro do universo dos bancos e cada pessoa deve ser tratada de forma distinta. Para isso, o executivo acredita que é necessário um trabalho com novas ferramentas e tecnologias, como uso de inteligência artificial e CRM para entender o seu consumidor.

“Com 40 anos de banco, posso dizer que nós fomos sempre forçados a pensar em produto. Agora estamos em um momento de mudança de pensamento. Nós precisamos pensar no cliente. Isso só foi possível com mais mistura de gente. Nós trouxemos os tellers (pessoas com softskills). Isso trouxe uma mudança muito forte no nosso modo de pensar”, afirmou Lazari Jr.

“O desafio dos bancos será entender que cada cliente é único. Ele deixa de ser um número, uma conta bancária. Por isso que temos IA e CRM: para transformar dados em informações que tornem o nosso trabalho – e o nosso produto – em uma necessidade para o cliente na hora que ele precisa”, completou o presidente do banco.

Outros desafios

Por sua vez, Paulo Cesar Alvim, secretário de empreendedorismo do MCTIC, disse que há desafios para o setor que a indústria financeira pode ajudar, como: ampliar o número de empresas inovadoras no País, transformar os clientes dos bancos em usuários e aproveitar a correlação entre bancos e empresas de TIC.

“O setor de TIC está muito integrado ao setor de finanças. Temos que aproveitar essa harmonia entre os dois. Nós precisamos multiplicar o número de postos de trabalho na indústria financeira e em TIC (de modo que acelere o setor)”, disse Alvim.

Como um dos pilares da relação entre TIC e finanças, o conselheiro do Bradesco ainda defendeu a importância do desenvolvimento do mobile no ecossistema financeiro. Citou os dados da recente pesquisa da Febraban que revelou que 40% das transações feitas no Brasil em 2019 foram feitas em dispositivos móveis: “Esse movimento é reflexo da facilidade de uso do mobile banking”.