A Snapcard, uma empresa de pagamentos móveis especializada em bitcoin está chegando ao Brasil e tem um objetivo audacioso: conquistar 100 mil comerciantes aceitando a moeda virtual até o fim deste ano. Responsável pela plataforma que permite aos lojistas receberem em bitcoin, a empresa deseja transformar o País na região que mais a aceita essa moeda no mundo. Para atingir o objetivo, a companhia norte-americana vê a atual crise do câmbio global como uma oportunidade para o modelo de moedas virtuais funcionar no Brasil, pois não é regulado por bancos centrais.

“Investir no bitcoin pode ser extremamente lucrativo, mas a nossa organização é mais focada em ajudar as pessoas a entenderem o verdadeiro valor de uma moeda descentralizada, que não é baseada ou governada por uma instituição central – com o Banco Central do Brasil ou BC europeu”, explicou COO e cofundador da Snapcard, Ioannis Giannaros. “Existem vários valores nessas equações que podem ajudar as pessoas a investir ou comprar bitcoins”.

O sistema da companhia norte-americana funciona como uma carteira virtual para o consumidor. Para criar uma conta, o usuário precisa cadastrar seu e-mail, telefone e senha. Em seguida, o consumidor terá a opção de conectar o seu banco on-line e fazer uma transferência bancária simples na moeda local. Esse valor será transformado em bitcoins e ficará armazenado na carteira virtual, podendo ser transferido para as empresas em transações comerciais.

A Snapcard oferece um aplicativo gratuito de ponto de venda (comerciante) que permite o aceite de pagamentos em bitcoin, o Snapcard Bitcoin POS. Este app está disponível através de operadoras de mPOS, como o aplicativo da brasileira PagPop para iOS e Android. Uma taxa de 0,5% é cobrada por transação. Para usar, o comerciante deve ter além do tablet ou celular, estar conecatdo a uma rede Wi-Fi. A PagPop paga uma taxa (não revelada) para a Snapcard cada vez que uma transação é feita em bitcoins.

Em entrevista por e-mail ao MOBILE TIME, Giannaros disse que o relacionamento com a empresa brasileira foi necessário. Eles estudaram o Brasil antes de entrar e se assustaram diante da difícil estrutura de impostos brasileira. “Dá dor de cabeça só de pensar”, comenta o executivo.

Segurança

Questionado sobre os problemas de segurança com a moeda virtual em 2014, quando mais de US$ 650 milhões em bitcoins desapareceram de carteiras virtuais do site Mt.Gox, Giannaros acredita que as companhias que não conseguiram ter um sistema seguro estão, aos poucos, saindo do ecossistema. “Você não ouve mais sobre hackers ou problemas de segurança com o bitcoin (desde a saída do MT.Gox)”, comentou.

De acordo com a ferramenta de câmbio do bitcoin no site da Snapcard nesta sexta-feira, 11, uma unidade da moeda virtual equivale a R$ 984,58. Neste primeiro momento, a Snapcard já está presente em 15 mil estabelecimentos no País e mira neste primeiro momento comerciantes de pequenas, médias e microempresas (PMEs) para aceitar os pagamentos com bitcoins.

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