Estima-se que cerca de 60% dos smartphones que são entregues a uma assistência técnica possuem problemas de configuração ou de software que poderiam ser resolvidos prontamente, sem a necessidade de envio do produto para análise em laboratório. Para resolver o problema, a empresa israelense Cellebrite criou o que chama de uma "central de diagnóstico remoto para celulares e smartphones". A solução, que está sendo implementada por uma operadora norte-americana e se encontra em fase de testes com uma tele europeia, acaba de chegar ao Brasil.

A solução criada pela Cellebrite consegue analisar mais de 3 mil modelos diferentes de telefones celulares com os sistemas Android, Blackberry e iOS – a compatibilidade com Windows Phone virá antes do fim do ano. O processo identifica se há problemas de configuração do aparelho ou de software. Se necessário, são restauradas as configurações de fábrica, mas com um backup prévio. Em algumas situações o sistema operacional é reinstalado por completo. Somente se for um problema de hardware, o aparelho é encaminhado para a assistência técnica responsável.

Esse processo de verificação pode ser feito no ponto de venda, através de um tablet ou de um desktop equipado com o software da Cellebrite. Ou então é possível realizá-lo remotamente, a partir de um contato do cliente com um call center. Um link é enviado por SMS para o telefone do consumidor, que, ao clicá-lo, permite que o atendente do call center acesse remotamente seu aparelho e realize os ajustes necessários.

"Hoje, em muitas assistências técnicas, não é feita qualquer avaliação preliminar e o consumidor fica dez dias sem seu telefone, mesmo quando se trata de um problema de fácil resolução", comenta o diretor da Cellebrite para América Latina, Marcos Moraes. "Tem gente que busca a loja dizendo que o telefone não conecta a internet, mas é apenas uma questão de configuração da rede. Outros reclamam que o telefone não faz ligação, mas a rede não foi selecionada", relata o executivo.

A Cellebrite está conversando com operadoras móveis brasileiras. Moraes acredita que sua solução poderia ser adotada com o propósito de servir como um diferencial para fidelizar os assinantes. A empresa vende a solução tanto em um modelo de capex quanto no formato de software como serviço.

Vale lembrar que pelo menos duas operadoras no Brasil oferecem guias on-line de autoatendimento para usuários de smartphones: a Vivo e a TIM. Mas geralmente esses guias se restringem a modelos presentes em seus portfólios.