Mesmo parecendo a solução para muitos problemas, apostar no Banking as a Service (BaaS) requer cuidados. “Ele é recomendado para negócios já consolidados e que possuem em sua periferia algum fluxo financeiro, no qual eles ainda não estão dentro”, explicou Victor Papi, general manager da Transfeera no MobiMeeting Finance + ID 2025. O executivo destacou que o ponto principal é a rentabilização, já que a maioria dos serviços bancários são gratuitos ou têm tarifas muito baixas.
Como exemplo de sucesso, citou o caso da Méliuz, que começou como uma empresa de cashback e passou a expandir sua atuação para fazer parte do ecossistema de finanças, criando uma conta para depositar o reembolso, com resgate mínimo de R$ 20, e um cartão de crédito próprio — só assim o cliente consegue o cashback.
Esse case evidencia que o BaaS tem encontrado aderência no mercado — inclusive fora do setor financeiro —, apesar de ser um mecanismo relativamente novo, de apenas seis anos. “Estima-se que até 2031, o setor de Banking as a Service movimentará cerca de US$ 5 bilhões (R$ 26,9 bilhões) só no Brasil”, disse Papi.
Para muitas empresas, a integração é uma forma de gerar novas linhas de receita ou de reduzir custos. De acordo com o general manager da Transfeera, fintechs costumam ser grandes adeptas deste mecanismo, como uma forma de testar MVPs. Mas instituições tradicionais também buscam o BaaS para agregar a área de tecnologia, especialmente em um setor que ela não tem desenvolvido internamente.
Banking as a Service e a regulação
O mercado vem chamando a atenção de tal forma que, no meio do ano, o Banco Central fez uma consulta pública sobre a necessidade de regulamentá-lo. Segundo Papi, o setor de BaaS acredita que a regulamentação deve se tornar uma realidade ainda em novembro. Para ele, isso deve definir os papéis e responsabilidades de cada um dos envolvidos no processo.
“Na consulta pública, ficou bastante evidente que o BC entende que o banco que cede a licença não pode terceirizar responsabilidades como Know Your Customer (KYC), segurança da informação, ou prevenção à lavagem de dinheiro”, disse o general manager.
Foto: Victor Papi, general manager da Transfeera/Marcos Mesquita.

