Como já era esperado, o Brasil poderá já prever no edital do leilão das faixas do 5G o uso da tecnologia pela faixa de 26 GHz. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 11, pelo coordenador da Comissão Brasileira de Comunicação 2 (CBC 2) da Anatel, Agostinho Linhares, em uma reunião que aconteceu na sede da agência. O encontro ocorreu para apresentar o uso da faixa como resultado da Conferência Mundial de Radiocomunicações 2019, que aconteceu no Egito entre 28 de outubro e 22 de novembro.

Segundo Agostinho, o uso dessa faixa está em processo de regulamentação, em paralelo com o processo de construção do edital de licitação do 5G. “A decisão da Conferência, que aprovou o uso dessa faixa para a tecnologia 5G, vai refletir aqui no Brasil como um ato da Superintendência de Outorgas”, disse Agostinho. A regulamentação do uso dessa faixa ainda passará por um processo de consulta pública.

Países como Estados Unidos e alguns da Europa já fizeram licitações de faixas de 26 GHz para o uso do 5G. O engenheiro disse ainda a faixa do 26 GHz é uma faixa limpa na sua maior parte. Há apenas um overlap de 500 MHz com a banda Ka, que oferta o serviço de banda larga fixa por satélite.

“A vantagem da faixa do 26 GHz é que o uso dela permitirá às operadoras a utilização de larguras de faixa entre 800 MHz e 1GHz. Com isso, será permitida ao usuário a experiência de velocidade que pode ultrapassar 1 Gbps de velocidade. Em comparação, falamos que no 3,5 GHz será 100 MHz por operadora, no mínimo 50 MHz. A faixa de 26 GHz muda a ordem de grandeza de uso do 5G e isso refletirá na experiência do usuário”, avaliou Agostinho.

A CBC 2 atua nos trabalhos do Grupo Assessor das Radiocomunicações (Radiocommunication Advisory Group – RAG) e nas Comissões de Estudo (CEs) do Setor de Radiocomunicações da União Internacional de Telecomunicações (UIT-R).