Em parceria com a Huawei e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Algar Telecom começou a fazer testes com a tecnologia 5G na segunda quinzena deste mês. A empresa obteve junto à Anatel a licença em caráter de teste e pesquisa científica para as experimentações. Como tem sido o foco inicial do mercado brasileiro para a quinta geração, a faixa escolhida é a de 3,5 GHz.

Os testes foram realizados em laboratório da UFU com smartphones Mate 20X 5G, da Huawei – aparelho que ainda não está disponível comercialmente. A Algar utilizou roteadores domésticos similares aos utilizados em Wi-Fi, também da fornecedora chinesa (o 5G CPE Wifi 6), e dispositivo de realidade virtual PICO NEO 6DoF All-in-one.

Com a tecnologia, a Algar alcançou velocidade de 1.054 Mbps (ou seja, acima de 1 Gbps) no downlink, e 114 Mbps no uplink. Em latência, a operadora conseguiu chegar a 6 ms – a empresa lembra que no 4.5G, “em boas condições”, a tecnologia chega a 15 ms. “Como as especificações da nova arquitetura do core de rede do 5G ainda estão em andamento, a tendência é que essa latência caia ainda mais, permitindo no futuro serviços de máxima confiabilidade e baixíssima latência, como carros autônomos, controle de drones e robôs à distância”, comentou em comunicado o diretor de operações e tecnologia da Algar, Luis Lima.

Além da Algar, outras operadoras estão realizando testes com 5G. Também com a Huawei, a TIM iniciou demonstrações em Florianópolis, embora tenha testes também em Santa Rita do Sapucaí (MG) com a Ericsson; e em Campina Grande, com a Nokia. A Claro demonstrou em outubro passado aplicações 5G com diversos fornecedores. Já a Oi tem efetuado testes em Búzios (RJ), mais uma vez com a Huawei como fornecedora. Em comum, todas as teles têm usado a faixa de 3,5 GHz – justamente a que está com maiores entraves para a liberação no futuro leilão em 2020, uma vez que ainda há discordâncias em relação ao impacto da interferência na banda C nos equipamentos de TV parabólica, os TVROs.