A Claro não vai ficar parada enquanto TIM e Vivo se movimentam em conjunto para comprar a parte móvel da Oi. O Teletime confirmou que a empresa está dentro do processo de sondagem que a Oi vem conduzindo para a eventual venda da Oi móvel e está pronta a fazer uma oferta para pelo menos parte da operação. Mas a estratégia da companhia não para por ai. Existe uma grande preocupação da Claro com aspectos concorrenciais na proximidade entre Vivo e TIM, que já têm acordos de compartilhamento de rede (RAN Sharing) e single grid. A Claro enxerga um relacionamento excessivamente próximo das duas companhias concorrentes. “São duas empresas que estão com canais de comunicação bastante abertos, e que chegaram a um acordo para fazer uma oferta pela Oi muito mais rapidamente do que negociações desse tipo costumam levar”, diz uma fonte próxima à Claro. A Claro também tem acordos com a TIM e Vivo. Segundo fontes da Anatel, estes acordos de compartilhamento não devem interferir na análise da agência em caso de anuência prévia para a compra da Oi pelas TIM e pela Vivo, já que seriam acordos específicos.

De qualquer maneira, pode-se esperar desta preocupação algumas medidas por parte da Claro: por exemplo, demandar das autoridades concorrenciais que, caso haja uma venda para TIM e Vivo, a operação não seja exclusiva e ela possa participar do fatiamento da base de clientes da Oi Móvel.

Reequilíbrio

A aproximação entre TIM e Vivo, de fato, já vem acontecendo há algum tempo com os acordos de RAN Sharing e single grid. A movimentação da Claro comprando a Nextel acabou unido mais ainda as duas empresas, que se viram em desvantagem em relação ao espectro. Mas o fato é que, em termos de market share (número de assinantes), a Vivo ainda está bem à frente, e Claro e TIM disputam o segundo lugar com cerca de 25% cada. Vivo, TIM e Oi têm, somadas, 73% de market share, sendo 33% apenas para a Vivo. Ainda que a base da Oi móvel seja considerada de menor valor por ter um percentual de pré-pagos maior, a receita e EBITDA gerados são considerados interessantes pelas demais empresas. A Claro não tem expectativa de que a Oi possa vir a vender ativos fixos, e portanto não poderia ficar fora da partilha da parte móvel da Oi.