Grupo São Martinho

Rafael Peluco, assessor de tecnologias agrícolas do Grupo São martinho (crédito: Marcelo Kahn/Mobile Time)

O Grupo São Martinho aumentou em 13% a eficiência operacional em suas máquinas que coletam cana-de-açúcar no campo, a partir da instalação de sua rede privativa LTE em todas as suas quatro usinas em 2020, ao saltar de uma média mensal de 869 toneladas/dia para 983 toneladas/dia.

A eficiência também pôde ser vista nos caminhões que transportam a cana: a empresa teve um incremento de 14% com 540 toneladas transportadas contra 474 toneladas do período sem conexão nas máquinas, comentou Rafael Peluco, assessor de tecnologias agrícolas do Grupo São Martinho, durante o MPN Forum, evento organizado por Mobile Time nesta terça-feira, 12.

O avanço é maior ao fazer uma comparação entre o Grupo São Martinho sem e com conectividade. Sem conectividade, uma colhedora colhia 869 toneladas/dia e o caminhão transportava 391 toneladas/dia. Já com a conectividade, saltou para 983 toneladas/dia (a colhedora) e 540 toneladas/dia (o caminhão). Vale dizer que a média geral da região centro sul é uma colhedora de cana colher 534 toneladas/dia e o caminhão transportar 391 toneladas/dia.

O Grupo São Martinho implementou em 2018 sua rede privativa LTE na frequência de 250 MHz. O projeto contou com a parceria de CPQD e Trópico. Em 2020, a companhia passou a ter todas as suas quatro unidades conectadas; no mesmo ano, uma parceria com a TIM, Case CNH e ConectarAgro passou a utilizar o 700 MHz público na unidade de Iracema/SP; e, em 2021, o grupo começou testes com 5G em parceria com Vivo e Ericsson.

De acordo com o analista da empresa, o investimento em redes privativas trouxe um retorno sobre investimento (ROI), em especial na redução do consumo de combustível, mas também na eficiência das colheitadeiras.

Dados

As colheitadeiras e os caminhões possuem computador de bordo da Hexagon (privativa) e Case CNH (pública) que coletam dados dos veículos, criam rotas, fazem a manutenção preventiva e até analisam a estafa de seus motoristas. Além disso, a companhia utiliza a conectividade para monitorar avanço de pragas (brocas) na plantação com câmeras e inteligência artificial.

“Em tudo que estamos fazendo, coletamos dados, criamos nosso big data, construímos nosso data lake”, disse Peluco. “Fizemos uma análise preditiva da Case com a Take (empresa de tecnologia para o agronegócio), cruzando dados de perda de potência do motor com temperatura do óleo. Com isso, vimos com mais de 26 horas de antecedência que haveria uma falha e pudemos parar o equipamento e fazer a troca de um filtro”, exemplificou.

O executivo explicou ainda que a companhia possui um alto volume de dados, na casa dos terabytes/dia. Mas afirmou que o principal desafio é conseguir mais sensores para captar mais informações no campo para enriquecer o data lake.