A Anatel tem expectativa de colaborar para a TV digital ser usada como forma de mídia e consumo na evolução do modelo 2.0 para o 3.0, inclusive com sinergia entre radiodifusão e banda larga. É o que explicou Vinicius Caram, superintendente de outorgas e recursos à prestação do órgão regulador, em conversa com Mobile Time nesta quarta-feira, 12. Caram foi escolhido como representante da agência no Grupo de Trabalho de TV 3.0 criado pelo governo federal.

Durante sua participação no MPN Forum, o superintendente explicou que Anatel entra no recente grupo de trabalho para garantir os espectros aos canais, em uma nova fronteira da tecnologia. Isso inclusive passa pela possível limpeza de espectro VHF alto (canais 7 ao 13, 174 a 216 MHz) que está em uso na TV analógica. Ainda há estudos na universidade Mackenzie e haverá mais um teste no Rio de Janeiro para definir quantos canais podem ser liberados depois da limpeza. Ainda vale dizer que o Ministério das Comunicações vai definir quantos canais podem ser liberados quando a faixa estiver limpa.

Ou seja, o papel da agência é similar àquele que o FCC faz nos Estados Unidos para regular o novo padrão de TV em até quatro anos.

Paulo Cardoso, coordenador de inovação e sistemas de radiodifusão da Anatel e suplente de Caram no GT, explicou que o trabalho também considera a junção da radiodifusão e da banda larga, inclusive com recepção móvel. Deu como exemplo a transmissão do 4K em frequência de radiodifusão e um complemento para 8K via banda larga. Ainda em mobilidade, o GT também trabalhará na evolução do OneSeg para Full HD para smartphones. Cardoso afirmou que o atual formato de OneSeg não é aceitável e traz experiência ruim para o usuário assistir.

Publicado no Diário Oficial na última terça-feira, 11, o GT é presidido por Wilson Wellisch, secretário de comunicação social do Ministério das Comunicações, e tem membros dos ministérios da Ciência e Tecnologia, Fazenda, representantes do setor de radiodifusão e do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD).