O Magalu quer oferecer seu novo serviço de nuvem pública para o governo federal via Serpro, assim como a empresa pública poderá incluir suas APIs com serviços digitais para os desenvolvedores nessa nuvem. O head do Magalu Cloud, Kiko Reis, confirmou nesta terça-feira, 12, que uma das estratégias da varejista é empacotar seus serviços de nuvem para o governo.

“Estamos falando com todos os atores, clientes e integradores. Mas Amorim (presidente do Serpro) viu um projeto que podemos fazer algo que beneficiará o Serpro em transferência tecnológica, além de habilitar o Serpro como produto para levar para o governo federal”, explicou Reis. “Então, nós vamos trabalhar para empacotar essa oferta, atender a IN 5/2017 e a portaria 5.950/2023 para poder entregar (serviços de nuvem ao governo federal)”, completou ao dizer que parte da nuvem do Magalu já atende as exigências.

Por sua vez, Alexandre Amorim, diretor-presidente do Serpro, afirmou que a nuvem do Magalu demonstra o potencial que a tecnologia da varejista pode trazer à soberania nacional. Disse ainda que um ter o Magalu como “cliente e parceiro” da estatal é mais um passo para ter uma cadeia de produção e inovação da tecnologia nacional. Amorim lembrou que recentemente o Serpro lançou no final de novembro a “Nuvem do Governo”, uma infraestrutura nacional de cloud para atender as necessidades do governo.

Para Amorim, o lançamento dessas duas soluções mostra uma proposta de garantia ao Estado e as empresas brasileiras, uma vez que podem proporcionar segurança, confiabilidade e melhor preço.

“A entrada do Magalu em nuvem agrega valor em toda relação de produção com os outros players de nuvens que temos. Traz confiabilidade, proporciona para nós um ambiente de inovação para que o próprio Serpro invista em sua nuvem privada. Também apresenta autonomia, produtividade e melhor clima de relações comerciais entre todos. E quem ganha no fim é o cidadão, que terá acesso a um produto justo, com confiança e a um preço baixo”, afirmou Amorim.

Contudo, Reis ressaltou que a nuvem não foi feita apenas para atender o governo e que conversam com outros integradores além do Serpro, como a Logicalis: “Essa cloud não foi feita para o governo. Foi feita para o mercado. Se o governo puder usar, aproveitar e reduzir custos, fantástico. Mas estamos focados no pequeno e médio desenvolvedor que precisa de apoio e ter um parceiro próximo. O governo é uma parte disso”, completou o head do Magalu Cloud.

Com lançamento oficial programado para o começo de 2024, a nuvem terá serviços como máquina virtual, armazenamento, rede e banco de dados.

Serviços digitais

Reis reconhece ainda que a relação com o Serpro é uma via de mão dupla, ou seja, as aplicações do governo também podem fazer parte do rol de serviços digitais oferecidos dentro da nuvem do Magalu. Atualmente, o Serpro tem soluções voltadas ao mercado, como certificação digital e prova de vida com validação facial.

“Vai ter um monte de serviços digitais no futuro. O governo fará a parte dele e o mercado fará muito mais que o governo. Essa rede digital do futuro precisará de um desenvolvedor que saiba falar e que queira distinguir a inovação dos outros players”, afirmou Reis, ao dizer que o Magalu quer ser esse desenvolvedor digital.

“É muito a cara do Magalu colocar na prateleira produtos que não conseguimos construir sozinhos. Para fazer esses produtos que fizemos, nós temos centenas de pessoas. Portanto, não faz sentido escalar para construir todos os produtos debaixo desse guarda-chuva. Tem um monte de gente e inovação em tecnologia acontecendo pelas beiradas”, completou.

Imagem principal: Kiko Reis (de camisa preta), head do Magalu Cloud, e Alexandre Reis, diretor presidente do Serpro (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)