O tribunal da Rússia determinou que as empresas de telecomunicações bloqueiem o aplicativo Telegram naquele país. A decisão é mais um capítulo na história que segue meses de batalhas entre Telegram e Roskomnadzor, o órgão regulador das telecomunicações da Rússia.

A briga judicial começou depois que o Serviço de Segurança Federal (FSB na sigla em russo) da Rússia pediu para acessar dados de usuários do Telegram e a empresa se recusou a conceder acesso às mensagens criptografadas.

O Telegram, dirigido por seu fundador russo Pavel Durov, não cumpriu a legislação local, segundo a decisão proferida nesta sexta-feira, 13, pelo juiz Yuliya Smolina, que concedeu um pedido do Roskomnadzor para restringir o acesso com efeito imediato. A decisão pode ser apelada dentro de 30 dias. A proibição continuará em vigor até que o Telegram forneça chaves de decodificação para o FSB.

Declaração

Em seu canal no Telegram, Durov escreveu: “O poder que os governos locais têm sobre as corporações de TI é baseado em dinheiro. A qualquer momento, um governo pode derrubar seus estoques ameaçando bloquear fluxos de receita de seus mercados e, assim, forçar essas empresas a fazer coisas estranhas (lembre-se de como no ano passado a Apple transferiu os servidores iCloud para a China). No Telegram, temos o luxo de não nos importar com fluxos de receita ou vendas de anúncios. A privacidade não está à venda, e os direitos humanos não devem ser comprometidos por medo ou ganância.”

Em festa

No fim de março, a empresa festejou a marca de 200 milhões de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês). Em seu site, seu fundador Pavel Durov escreveu: “Este é um número insano por qualquer padrão. Se o Telegram fosse um país, seria o sexto maior do mundo.”