O próximo aplicativo de rastreamento de contatos desenvolvido pela Alemanha só acionará alertas caso os usuários tiverem um resultado positivo para a Covid-19. A solução, de acordo com reportagem da rede BBC é diferente da criado pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), que depende com o autodiagnostico dos usuários por meio de um questionário.

Os chefes de saúde do Reino Unido disseram que o questionário é uma das principais razões pelas quais eles estão adotando um design “centralizado”, apesar dos protestos dos defensores da privacidade. A Alemanha, ao contrário, abandonou esse modelo em abril.

Acredita-se que uma abordagem “descentralizada” do aplicativo traz um maior grau de anonimato nos dados coletados. E isso seria o principal argumento da chanceler alemã Angela Merkel por optar por esse tipo de app, que teria um nível de aceitação maior em seu país.

O rastreamento automatizado de contatos usa smartphones para registrar quando seus proprietários estão próximos por um período significativo de tempo. Se, posteriormente, for descoberto que alguém tem o coronavírus, um aviso pode ser enviado a outras pessoas que possam estar infectadas, dizendo-lhes para fazer o teste e possivelmente entrar em quarentena.

No modelo centralizado, a correspondência de contatos acontece em um servidor de computador remoto.

Por outro lado, a versão descentralizada realiza o processo nos próprios telefones. E não existe um banco de dados central que possa ser usado para identificar novamente indivíduos e revelar com quem eles passaram algum tempo.

No caso do aplicativo do NHS, é possível que as pessoas recebam notificações por terem estado perto de pessoas que tenham relatado sintomas da doença. Isso pode implicar em uma série de alarmes falsos, de acordo com a reportagem da BBC, além de muito estresse na população.

Na Alemanha, as empresas SAP e a Deutsche Telekom, responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo no país, estão esperando a API que está sendo criada por Apple e Google para terminarem o trabalho. De acordo com a reportagem, as empresas devem apresentar a Interface de Programação de Aplicativos ainda nesta quinta-feira, 14.

Testes do NHS

O aplicativo britânico está sendo testado na Ilha de Wight e, em dias 50 mil pessoas baixaram o app. Um porta-voz do Departamento de Saúde do Reino Unido teria dito que houve relatos de falsos alertas.

O NHS também cogita o uso da API Apple-Google, o que implicaria em uma mudança para o modelo descentralizado. Mas a ideia é oferecer, num primeiro momento, uma versão centralizada.