| Publicada no Teletime | Com a conclusão da venda dos ativos da InfraCo e da Oi Móvel provavelmente apenas no primeiro trimestre de 2022, a Oi planeja a execução financeira com os processos de transição. O presidente da empresa, Rodrigo Abreu, mantém a cautela e diz que o ano que vem continuará a ser de investimentos, apesar de alguns alívios, e que apenas em 2023 a Nova Oi – ou seja, a empresa remanescente ClientCo – alcançará estabilidade.

Um desses alívios foi conseguido recentemente. Abreu destacou ter “finalmente” conseguido o consentimento dos bondholders para financiamentos adicionais, o que inclui a opção de R$ 2,5 bilhões da InfraCo em fevereiro de 2022 e o empréstimo ponte com a venda da Oi Móvel. Neste último caso, o valor ainda está em negociação, mas deverá ser entre 2 e 2,5 bilhões de reais.

Assim, o ano que vem será um período de transição, com a transferência dos ativos e de operação e a adaptação para a realidade da Nova Oi (a ClientCo, que ficará com toda a operação fixa de cobre, além da participação na InfraCo). Por isso mesmo, a empresa prevê que o consumo de caixa será intenso, e que a operadora só volte a ter geração de caixa positiva em 2023.

Desta forma, com a estabilidade prevista em 2023, a Oi acredita que haverá um nível do EBITDA acima de 20%, com os investimentos abaixo de 10%, gerando assim o fluxo de caixa positivo.

“Estamos esperando [o crescimento orgânico] depois da conclusão de todas as vendas e das transições da Móvel e da InfraCo. Na realidade, 2022 vai ser o ano de transição. Esperamos chegar ao nível positivo em 2023, com geração de fluxo de caixa positiva”, declarou o executivo. A previsão é que no ano que vem continue sendo necessário um volume de Capex maior, embora espere que na InfraCo o investimento seja externo, ou seja, da empresa que vencer o processo de concorrência.

Abreu destaca que a empresa tem sido “bem sucedida em basicamente todos os desafios” até o momento, como nas vendas das unidades de torres (para a Highline, por R$ 1,077 bilhão) e de data center (para a Piemont Holding, por R$ 325 milhões). Agora, a empresa se prepara para a separação estrutural da InfraCo, que na prática já estaria operando de forma independente.