Sacha Lazimi, CEO e cofundador do Yubo

Na contramão de outros apps de socialização nos quais parece haver uma competição por quantidade de amigos, likes ou comentários, o aplicativo de origem francesa Yubo (Android, iOS) quer se diferenciar promovendo um ambiente digital mais amistoso e menos tóxico, no qual as pessoas possam fazer novas e boas amizades. Com essa proposta e um foco na geração Z, o Yubo superou a marca de 50 milhões de usuários cadastrados. 98% deles têm entre 13 e 25 anos. Na pandemia, o app cresceu bastante no Brasil, mercado que lidera em base de usuários na América do Sul.

“Não competimos com messaging apps nem com plataformas de conteúdo, como Instagram e Snapchat, cujo foco é performance ou ter o máximo de audiência possível, com medição de likes e comentários. O Yubo é feito para interações em tempo real, porque é assim que a sociedade funciona”, explica Sacha Lazimi, CEO e cofundador do Yubo, em conversa com Mobile Time.

A interação dentro do Yubo acontece em salas de videoconferência. Qualquer pessoa pode iniciar uma live, com um determinado tema, e receber outras pessoas para assistir ou para interagir também por vídeo ao vivo. No momento, o limite é de até 10 pessoas transmitindo em tempo real dentro de uma mesma sala, mas a empresa avalia aumentar para 20. Os usuários podem buscar lives por tema ou por proximidade geográfica. Elas são abertas, não ficando restritas aos amigos de quem as criou. “Nosso conceito é diferente. Em vez de se conectar com sua rede de amigos, no Yubo é para você encontrar gente de fora da sua bolha”, descreve. 

Em média, cada sala fica aberta por duas horas, com cerca de 10 pessoas interagindo em cada. Entre os temas mais populares das lives estão jogos e apresentação de talentos artísticos. Além das lives, é possível adicionar amigos e iniciar conversas de bate-papo por escrito com eles.

Vale destacar que a plataforma tem um cuidado especial para agregar pessoas da mesma idade. Seu algoritmo não permite que usuários com uma diferença grande de idade interajam. A proposta é conectar jovens com idades próximas, com até quatro anos de diferença. Para verificar a idade de cada usuário, o Yubo usa tecnologia de reconhecimento de imagem sobre a foto de perfil, averigua denúncias da comunidade e, eventualmente, requer o envio de documentos.

Modelo de negócios

O Yubo não trabalha com anúncios. Para monetizar, oferece venda de recursos in-app, como um “boost” no próprio perfil, para ser recomendado como amigo a mais pessoas, ou um “boost” em uma sala, para que seja destacada para mais gente. Um “boost” de dois minutos em uma sala custa US$ 2.

O Yubo opera neste formato desde 2018. Em 2019, o app faturou US$ 10 milhões. Em 2020, dobrou a receita, registrando US$ 20 milhões. Neste ano, a expectativa é chegar perto de US$ 50 milhões, prevê Lazimi.