A head de tecnologia quântica do Instituto de Ciência e Tecnologia Itaú (AndroidiOS), Samurai Brito, afirmou que a vindoura tecnologia de computação quântica não vai desaparecer com as tecnologias de computação atual. Para a executiva, o quântico será um poder adicional de processamento.

“Temos CPU (unidade de processamento computacional) que é a tradicional e todo mundo usa. Temos GPU (unidade de processamento gráfico) que nem todo mundo usa, porque nem todo mundo precisa. Agora teremos a QPU (unidade de processamento quântico)”, explicou Brito.

“Sabemos que existem inúmeras áreas potenciais (para o quântico). Toda a sociedade vai ser impactada de alguma maneira com alguma solução que necessite da computação quântica. Mas não serão todas as soluções que vão precisar de computação quântica, assim como não é toda a solução que necessita de uma GPU”, completou.

Desde 2020 chefiando a área no banco, a executiva acredita que antes do quântico ser miniaturizado e virar um chip comercial de computador, a tecnologia será disponibilizada em nuvem.

Teste quântico no Itaú

Durante o Festival Itubers, evento interno do banco acompanhado com exclusividade por Mobile Time em São Paulo, nesta sexta-feira, 13, a executiva afirmou que o quântico deve ser usado para encontrar maneiras mais eficientes do que temos hoje. Contudo, o momento é de testes, pois a tecnologia ainda é experimental nas empresas que desenvolvem, como Microsoft, IBM e QuERA.

No Itaú, Brito afirmou que o momento é de encontrar casos que necessitem de tecnologia quântica. Até o momento, a sua equipe encontrou possibilidades de melhoria de operações internas, logística e de portfólio.

Mas a empresa já realizou um primeiro teste em uma solução de portfólio de investimento para tentar trazer resultados melhores com computação quântica. Contando com hardware de um parceiro, o banco tentou diminuir a rotina de otimização de 8 mil produtos que eram ofertados na carteira de investimento, ou seja, o produto certo para o cliente certo.

O tempo de entrega do portfólio, que era de 28 horas, caiu para 71 minutos com o quântico. Uma redução “gigante”, mas longe do ideal, uma vez que seria um longo tempo para o cliente esperar no app ou no Internet Banking do banco para fazer uma simulação de investimento.

Com isso, a equipe do ICTi escolheu um método clássico, sem o quântico, e reduziu o tempo de 71 minutos para 21 segundos: “O aprendizado habilitou a inovação, mesmo com o quântico não estando no core da solução”, completou a especialista.

Imagem principal, da esq. para dir.: Daniel de Haro, Venturus; Samurai Brito, Itaú; Aline Santana Silva, Itaú (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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