O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, declarou que pretende transformar a votação no Brasil em um processo totalmente digital, via smartphones. Barroso citou um projeto chamado Eleições do Futuro e disse que a ideia só seguirá em frente caso se mostre eficaz e totalmente segura. “A cada dois anos precisamos repor 20% das urnas. Isso custa R$ 700 milhões e é uma licitação tormentosa e judicializada. Espero eliminar esse custo e o transtorno administrativo”, disse o ministro em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros.

No domingo, 15, data do pleito municipal, mais de 30 empresas de tecnologia atenderam ao chamado do TSE e estarão em diferentes locais de votação para testar suas plataformas com eleitores voluntários. Os testes serão feitos em três cidades brasileiras — São Paulo, Curitiba e Valparaíso (GO).

A Certisign é uma das empresas que atendeu à convocação do TSE e estará na seção de votação instalada no campus da Universidade Mackenzie, em Higienópolis, bairro da zona oeste de São Paulo. Os eleitores que quiserem participar do teste receberão um título de eleitor fictício, código de acesso e um QR code que leva à plataforma de votação. O voto neste caso é produzido e criptografado no dispositivo do eleitor, que recebe uma assinatura digital. Em seguida, é enviado para uma infraestrutura na nuvem, na qual é armazenado e protegido, também por criptografia.

TSE

Será o fim da urna eletrônica? Segundo Luís Roberto Barroso, reposição das máquinas custa aos cofres públicos R$ 700 milhões a cada dois anos

Segundo Marcelo Câmara, chefe de inteligência artificial da empresa, a tecnologia foi pensada principalmente para mobile e já é usada em alguns países, como a Estônia. “Segurança não se compara; tudo depende do contexto e da aplicação. Mas, neste caso, podemos dizer que esta tecnologia é tão segura quanto a urna eletrônica”, disse, em entrevista ao Mobile Time.