Após integrar a Carteira do Google (Android) com o RCS no mês de setembro, a Memed pretende avançar com esta solução para o farmacêutico, segundo Roberta Alanna Oliveira, head de produto na companhia.
Durante o RCS XP, evento organizado pelo Grupo Ótima e Google nesta quinta-feira, 13, a executiva explicou que o foco foi para o paciente no lançamento feito deste ano, mas a ideia é que a relação do Memed com a Carteira facilite o trabalho do farmacêutico na próxima etapa.
Feita com apoio da Ótima Digital e do Google, a integração entre a wallet e a plataforma de mensageria surgiu para resolver o atrito do cliente que, após receber as prescrições médicas, tinha dificuldade de acessar no balcão da farmácia, por exemplo. E com isso muitos consumidores precisam pedir segunda via das prescrições. Agora, a ideia é avançar mais com a relação entre farmacêutico e usuário a partir da Carteira.
Com a prescrição plugada à Carteira com RCS, a ação – que é gratuita – teve 50% de taxa de interação (cliques) em uma primeira campanha e 11% de adesão. De acordo com Dyego Joia, key account manager na Ótima Digital, a adesão dos consumidores pode atingir 40% com melhorias pontuais nas próximas ações.
Memed appless
A estratégia da Memed mira principalmente eliminar a fricção, para que seja fluída e multiplataforma para o paciente. Isso passa pela preferência por serviços de mensageria, ante a oferta de um aplicativo standalone da Memed.
“Entendemos que a experiência com app gera muita fricção (na Memed). Por exemplo, a pessoa precisa baixar o app que pode tomar um espaço no seu celular. E o usuário nem sempre utiliza”, explicou a executiva, ao afirmar que uso da plataforma pelos seus consumidores não é contínuo, mas pontual, na maioria dos casos. “Então, nós esperamos que as pessoas estejam cada vez mais saudáveis. Não gostaria que ninguém estivesse usando um app da Memed, por exemplo, todos os dias”, completou.
Alanna Oliveira reforçou que a concepção da Memed é ter “uma experiência fluida, independente de aplicativo ou stack de tecnologia que possuem”, mesmo que isso signifique ir contra o caminho habitual que seria ter um app: “As pessoas estão muito habituadas a terem aplicativos, mas com o tempo entendem que o app não entrega tanto valor assim quanto o acesso a um link que ele recebe quando acaba a consulta”, completou.
Usabilidade
A head de produto também explicou que outra vantagem da solução com a carteira do Google e o RCS é a necessidade de unificar o histórico de saúde do paciente em pastinhas do paciente. No formato web, sem a integração da wallet, a disposição das prescrições é feita por médico e data.
“Muitos pacientes têm diversos médicos na plataforma Memed. Mas a forma que a plataforma foi construída, em seus 14 anos de história, individualiza a relação com o médico X ou Y. Por isso, ainda não tem essa experiência unificada dentro do link. Contudo, nós entendemos que a carteira do Google consegue isso melhor que a nossa experiência nativa”, explicou Alanna Oliveira.
Parte dessa estratégia da companhia visa ainda trazer mais benefício para o cidadão, como a possibilidade de colaborar com a Rede Nacional de Saúde (RNDS), a plataforma digital de interoperabilidade do Sistema Único de Saúde lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho deste ano.
Da esq. para dir.: Fernanda Guedes, Ótima Digital; Wesley Sabião, CVC; Anna Ceve, Ótima Digital; Roberta Alanna Oliveira, Memed (com microfone); Everton da Silva, HCosta (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
