O Grupo Ótima Digital apresentou nesta quinta-feira, 13, uma prévia de seu stack de soluções baseadas em inteligência artificial que serão lançados em janeiro do próximo ano. Segundo Thiago Thamiel, COO da companhia, a concepção é entregar em uma única tela as soluções de atendimento omnichannel que seriam contratadas separadamente.
“A ideia hoje em uma PA de atendimento é ter um CRM, discador, ser omnichannel, ter agente digital e chatbot. Tudo com IA. O que pretendemos entregar em uma única plataforma, um prompt, uma única tela. Um assistente que será apoio para o operador/atendente com os diferentes canais integrados”, disse Thamiel durante o RCS XP, evento organizado pela empresa com o Google.
O arcabouço feito pelo Ótima Digital envolve basicamente:
- Assistente e copiloto para operadoras e atendentes, que permitirão dar uma ‘mesa limpa’ com um teleprompt com informações contextuais, transcrição de conversas em voz e dando insights do CRM;
- Construtor de agentes no-code, que permite fazer assistentes em quatro minutos com grande modelo de linguagem (LLM) do mercado ou da Ótima que evolui de seu NLP, sendo que é possível fazer agentes de IA (copilotos) e agentes orquestradores (acionamento multicanal inteligente);
- Solução de identidade voltada para o conhecimento do consumidor (KYC), enriquecimento de birô e hipersegmentação de contato, como saber o melhor horário para entrar em contato com uma pessoa que mora na zona sul de São Paulo.
Em conversa com Mobile Time, o CEO da Ótima, Thiago Oliveira, explicou que a ideia faz parte de uma transição e simplificação dos produtos e serviços ofertados pela companhia. Mesmo com o lançamento dessas soluções, a empresa manterá o portfólio do 360 em uso paralelamente ao novo stack.
“O 360 faz dois papéis. Um de conectividade de canal, de API. Isso aí não vai acabar, vai continuar porque sou um provedor de canal. Mas sobre a parte de solução, acreditamos que a maioria dos clientes vai migrar para essa parte do serviço baseado em IA, sem ter que entrar e configurar uma campanha. Mas isso tem um roadmap bem grande”, disse Oliveira.
O CEO confirmou que o stack está em testes avançados com dois clientes, um de varejo e outro de cobrança.
Open gateway
Oliveira ainda explicou que o uso do Open Gateway está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento do stack. Em especial o produto de identidade, que é baseado em APIs das operadoras e em inteligência artificial para entregar hipersegmentação e KYC.
Por meio de um prompt, a empresa contratante pode construir e buscar informações em bases de dados proprietárias ou da Ótima para atingir públicos específicos. A solução também permite fazer a validação de identidade dos consumidores.
O executivo também confirmou que está testando com as operadoras a API de Silent Mobile Verification (SMV) do Open Gateway que permite verificação silenciosa do número telefônico do usuário com o objetivo de aumentar a segurança e diminuir a fricção, assim como combater golpes de engenharia social onde os criminosos tentam obter o código token que a pessoa recebe por SMS. Com o SMV, a necessidade de receber e passar o código deixa de existir, pois a checagem passa a ser silenciosa.
Há conversas da Ótima com o governo federal para testar o SMV com o Gov.Br (Android, iOS) como uma opção ao envio de SMS com o token. Contudo, Oliveira explicou que o custo para chamar as APIs nas operadoras está alto, mas as companhias estariam reavaliando seus valores. Também explicou que a Ótima está preparando um kit de desenvolvedor (SDK) para facilitar a adoção do SMV pelas empresas.
Como um dos parceiros das operadoras no Open Gateway, o Grupo Ótima já contabilizou 82 milhões de validações de telefone, um segmento em que a companhia atua buscando a economia de clientes com uma checagem muito mais barata da identidade do cliente.
