A Apple e o Google admitiram que as notificações push dos smartphones dos usuários com Android e iOS podem ser acessadas por governos não identificados. Com isso, a Apple agora necessita de uma ordem judicial para poder fornecer dados com relação à notificação push de seus usuários às autoridades. O alerta foi dado pelo senador de Oregon, nos Estados Unidos, Ron Wyden, ao solicitar que as empresas pudessem informar para a população e seus clientes em uma carta enviada ao Departamento de Justiça dos EUA na última quarta-feira, 6.

As informações repassadas aos governos podem prejudicar a privacidade dos usuários, já que as notificações – que passam pelos servidores do Google e Apple, atuando como intermediários no processo de transmissão – feitas por aplicativos podem conter dados pessoais e financeiros. Todos os tipos de apps dependem dos alertas para poderem notificar seus usuários sobre as mensagens recebidas, notícias de última hora e outras atualizações.

Desde 2022, o senador americano investiga o caso do compartilhamento dos dados. De acordo com a carta, Wyden afirmou que os governos “podem receber conteúdo não criptografado, que pode variar desde instruções no código do aplicativo até o texto real exibido a um usuário em uma notificação”.

Os desenvolvedores de aplicativos não têm muitas opções, segundo o senador, “se quiserem que seus aplicativos forneçam notificações push de forma confiável nessas plataformas, eles devem usar o serviço fornecido pela Apple ou pelo Google, respectivamente”.

Após o reconhecimento das multinacionais sobre o caso, a Apple agora exige o consentimento de um juiz para entregar dados de notificações push. Não houve nenhum anúncio formal por parte da empresa, mas foi adicionado discretamente em suas diretrizes para aplicação da lei que tais dados estão disponíveis “com uma intimação ou processo legal maior”. O Google se posicionou afirmando que já tinha uma política com o objetivo de exigir ordens judiciais.

À Reuters, a fabricante do iPhone disse que o governo federal a “proibiu” de compartilhar as solicitações, mas acrescentou: “agora que esse método se tornou público, estamos atualizando nossos relatórios de transparência para detalhar esses tipos de solicitações”.