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O início da jornada do open finance (ou sistema financeiro aberto, como prefere o BC) terá como principais desafios o relacionamento das instituições bancárias com seus clientes. Em conversa com executivos de Itaú, Hub Finance e AbFintechs, Mobile Time buscou entender como cada player do mercado financeiro está trabalhando no tema.

“Não temos um foco específico no open finance. Vamos atacar em todas as gamas de clientes, da pessoa física ao grande investidor do Itaú BBA (o banco de investimento corporativo da instituição). Toda informação que o cliente quer compartilhar conosco é importante e olharemos com carinho”, explica Marcos Cavagnoli, diretor de digital cash e open banking do Itaú, ao explicar que desejam elaborar estratégias de educação e fidelização do cliente.

“Nós temos vários tipos de produtos e clientes. Estamos definindo um conjunto de benefícios. Tem clientes com cartão de crédito, melhor taxa, melhores limites. A ideia é dar o benefício operacional, de ver tudo em uma forma unificada. Isso permite organizar melhor as finanças”, completou Cavagnoli.

Durante a conversa, o executivo mostrou a primeira logomarca do banco com o termo “open finance”, uma parte da estratégia de evangelização do banco junto ao seu correntista.

Arquitetando

Para Fabio Murakami, diretor de produtos da Hub Finance, a estratégia no momento é de “desenho da jornada do consumidor”. Neste cenário, a empresa trabalha com seus parceiros do ecossistema de Banking as a Service (BaaS) os processos de validação de abertura de contas, de modo que tragam redução de custos e mais segurança.

Murakami explica ainda que trabalham para “trazer parceiros” que deem “fidelização aos clientes dos bancos” white labels que possuem, além de analisar possibilidades de ofertas de cashback no universo do open finance. Inicialmente, a fintech deseja plugar à sua plataforma serviços de saúde, seguros, assistências, bilhetagem e farmácias.

Além disso, a Hub Finance planeja trabalhar em um universo com empréstimos. Dentro deste cenário, consideram dois formatos: financiamento com o próprio cliente ou com parceiro. “Acredito que para empréstimos sem garantia será mais rápido o desenvolvimento de tomada de dinheiro no open banking. Para outras categorias demorará mais”, explicou o diretor de produtos.

Parcerias

Essa relação de parcerias deve movimentar o mercado na visão de Rogério Melfi, coordenador do GT de open banking na ABFintechs. Melfi explicou que o ambiente aberto nas finanças abre espaço para cocriação e relação entre os bancos tradicionais e as fintechs. Em especial no cenário do open banking atual, ante uma pandemia que as equipes não estão trabalhando juntas (presencialmente) e os profissionais especializados começam a trabalhar para empresas de fora remotamente.

“Estão faltando profissionais que desenvolvam para o open banking. Durante a pandemia teve a evasão de talentos que se mantiveram aqui (remoto). Isso começou a afetar o mercado de talentos no setor financeiro, não apenas no desenvolvimento do open banking, mas no todo”, disse Melfi. “Mas no mercado o segredo é desenvolver parcerias. Para não precisar desenvolver novamente um produto ou serviço, a fintech pode contratar o serviço de um grande banco e vice-versa”, explicou o representante da associação, que possui 448 associados e está presente no conselho e grupos de trabalho do open banking no Banco Central.

Live do Mobile Time

Os desafios na implementação segura e eficiente do open banking será tema da próxima Mobile Time Live, marcada para o dia 15 de junho, entre 10h e 11h30, com representantes de Banco do Brasil, Fortinet, HypeFlame, Microsoft e RecargaPay. O evento também debaterá os impactos do open banking no cenário competitivo do mercado brasileiro de serviços financeiros.

Estão confirmados para o painel: Diego Oliveira, engenheiro de arquitetura de sistemas da Fortinet; Gilmar Hansen, vice-presidente de produtos do RecargaPay; João Paulo Araújo, estrategista-executivo de tecnologia para a indústria de serviços financeiros da Microsoft; Karen Machado, gerente executiva de open banking do Banco do Brasil; e Renato Hormazabal, arquiteto de segurança da HypeFlame. A moderação será feita pelo editor do Mobile Time, Fernando Paiva.

Para assistir a transmissão ao vivo, é preciso se credenciar previamente neste link.