Vendedores numa sala fechada ouvindo alguém mais experiente, ou um professor, pode ser uma capacitação lenta, com pouco engajamento, ineficiente e cara, além de prendê-los longe do espaço da loja. Porém, a atualização desse profissional é necessária. Pensando na otimização dessa atualização de vendedores e na importância para o mercado em reter bons profissionais, a Talent Camp desenvolveu um aplicativo com o conceito de microlearning e com um forte suporte na gamificação com foco em qualificação de vendedores.

A plataforma propõe aulas de 8 a 12 minutos em diferentes formatos, como texto, vídeo, podcast, perguntas e respostas, marcação de “falso” ou “verdadeiro” etc. A criação do conteúdo fica a cargo do cliente, mas a Talent Camp presta consultoria e assessoria.

“Hoje em dia, não faz sentido levar seus vendedores para uma sala de aula. As pessoas não prestam mais atenção dessa maneira. Mas, ao mesmo tempo, é importante atualizar constantemente esse profissional. Até por conta da dinâmica da sazonalidade das vendas. Por exemplo, depois da estratégia para o dia dos pais, a loja precisa se concentrar para o período de dia das crianças. Isso, para as grandes empresas, faz muito sentido porque elas têm lojas espalhadas em todo o canto, e a capacitação presencial se torna inviável. Como todo o mundo tem um celular, ele é melhor aliado para atualizar essas pessoas”, explica o gerente de produtos da Talent Camp, William Bonalume.

Além da gamificação, o aplicativo conta também com o sistema de envio de novidades via push. Em um teste com 5 mil escoteiros, a Talent Camp conseguiu 80% de adesão às notificações push. “Nossos testes validaram o conceito do microlearning entre os nativos digitais, os millennials. O engajamento é muito alto”, disse Bonalume.

MVP

Atualmente, a Talent Camp desenvolve seu produto mínimo viável (MVP, na sigla em inglês). Ou seja, o cliente pede e eles rodam um piloto do aplicativo para que a empresa veja se o conceito faz sentido. Cabe ao cliente determinar quantas licenças de uso quer, quantos funcionários poderão fazer o download do app para testá-lo, e ele é rodado por um período entre 60 e 90 dias. Assim que a empresa cliente autoriza, o MVP se transforma em um produto. A Talent Camp adapta o aplicativo para ter “um toque mais profissional e com a possibilidade de ter a cara da empresa”, contou o gerente de produtos. No fim, depois que o produto está pronto, a Talent Camp cobra um valor de licença por usuário, no modelo software as a service (SaaS).

Outros mercados também estão sendo analisados pela empresa. Uma das possibilidades é usar o microlearning para que um novato conheça melhor a empresa para a qual passou a trabalhar. Nesse caso, o modelo de integração institucional pode incluir atividades nas quais ele conheça outras pessoas, mas também missão, valores e visão da empresa, além da política de sustentabilidade.

Outros exemplos destacados por Bonalume foi levar o conceito do app para a indústria de alimentos, vinícolas e segmentos que precisem capacitar seus colaboradores sobre segurança do trabalho . “Mas temos que ir aos poucos porque esses outros segmentos ainda não veem o microlearning como valor agregado.”

Talent Camp

A startup nasceu na BASE Digital, empresa especializada em inovação e desenvolvimento de projetos e produtos digitais. Atualmente sua evolução está sendo desenvolvida em Toronto, no Canadá. A Talent Camp conta com 10 colabores e o aplicativo foi testado em quatro diferentes oportunidades, todas com um retorno positivo, segundo o gerente de produtos.