O assistente virtual Aarim

Pouco a pouco surgem no Brasil empresas “WhatsApp first”, ou seja, que criam seu serviço e toda a jornada do cliente primeiramente dentro do referido aplicativo de mensagens. Uma delas é a startup carioca Aarim, que construiu um marketplace homônimo dentro do WhatsApp, atendendo com um bot pelo número +55-21-96744-6767.

Com pouco mais de um ano de vida, o Aarim vem crescendo rapidamente nos últimos meses, impulsionado pela transformação digital acelerada de vários estabelecimentos comerciais durante a pandemia. Atualmente tem cerca de 100 estabelecimentos comerciais cadastrados, a maioria do Rio de Janeiro, incluindo mercados, farmácias, petshops e restaurantes, com destaque para a rede Gurumê de culinária japonesa, do grupo Trigo. São mais de 20 mil usuários cadastrados, com uma taxa de retorno de 50%. Nos últimos quatro meses registrou R$ 4 milhões em GMV.

Na primeira conversa com Aarim, o usuário informa seu nome e CEP. Depois disso, diz o que procura (restaurante, farmácia etc). O bot responde quais as opções próximas, por ordem de tempo estimado de entrega. Um catálogo de produtos é encaminhado por PDF pelo WhatsApp. O usuário escreve seu pedido (ou manda por mensagem de áudio) e o pagamento pode ser feito através de um link da Stone, enviado no WhatsApp, ou diretamente com o entregador.

A empresa quer ampliar cada vez mais a variedade de produtos e serviços ofertados no Aarim. Para tanto, fechou um acordo com Maxmilhas e está em processo de integração com Clickbus. Assim, poderá vender passagens aéreas e rodoviárias pelo Aarim, com envio do cartão de embarque dentro do WhatsApp.

“O Aarim é um assistente virtual que pode te ajudar com qualquer tipo de demanda, desde comprar uma pizza até uma passagem aérea. Queremos incluir novos serviços para sermos o mais diversificados possível”, relata Victor Coutinho, cofundador e CEO do Aarim, em conversa com Mobile Time.

A estratégia de ser multi-segmento é um dos diferenciais do Aarim frente a apps tradicionais de delivery, como iFood. “O Aarim é muito mais que um serviço de delivery”, afirma.

O lado dos estabelecimentos comerciais

O cadastro dos estabelecimentos comerciais é feito através do site da plataforma. A equipe da startup verifica depois os dados e entra em contato para concluir o processo.

Para os estabelecimentos comerciais, uma das maiores vantagens de vender produtos pelo Aarim é a taxa cobrada pelo marketplace, que é menos da metade daquela de alguns concorrentes em apps. A taxa inicial é de 6% para restaurantes e de 4% para farmácias e mercados.

As entregas podem ser feitas com equipes próprias de cada estabelecimento ou com entregadores da Loggi, com a qual o Aarim tem uma parceria.

Quando o consumidor paga pelo link de pagamento da Stone no WhatsApp, o split é feito automaticamente entre Aarim e parceiro. Para pagamentos feitos aos entregadores, a startup cobra depois uma taxa para cada estabelecimento pelos pedidos gerados no mês.

Futuro

A base de parceiros do Aarim está crescendo rapidamente: há 400 contratos fechados e a expectativa é de chegar ao fim do ano com 7 mil estabelecimentos comercias. Em número de usuários, a projeção é de atingir 60 mil até dezembro.