Depois de ser removido da App Store, o game Fortnite foi retirado também da Google Play. A briga acontece pelo mesmo motivo: a Epic Games passou a dar a opção a seus clientes de pagarem diretamente à empresa, e, neste caso, dando desconto de 20%, como um repasse por não usar o billing da loja de app. E, assim como fez com a Apple, a Epic Games entrou com um processo contra o Google por supostas violações antitruste. O estúdio de jogos alega que as restrições de pagamento do Google na Play Store constituem um monopólio e, portanto, uma violação do Sherman Act e do California’s Cartwright Act.

Em um comunicado o Google defendeu a decisão de remover Fortnite por quebrar as regras da loja:

“O ecossistema aberto do Android permite que os desenvolvedores distribuam aplicativos por meio de várias lojas de aplicativos. Para desenvolvedores de jogos que optam por usar a Play Store, temos políticas consistentes que são justas para os desenvolvedores e mantêm a loja segura para os usuários. Embora o Fortnite permaneça disponível no Android, não podemos mais disponibilizá-lo na Play (Google Play) porque viola nossas políticas. No entanto, agradecemos a oportunidade de continuar nossas discussões com a Epic e trazer Fortnite de volta ao Google Play”.

Não é a primeira vez que a Google Play remove o Fortnite. Em 2018, um imbróglio semelhante deixou o jogo fora da loja de aplicativos.

Como você gostaria de jogar? Na plataforma de pagamentos o jogo a Epic Games colocava as opções: pagar via loja de aplicativos ou diretamente para eles, com 20% de desconto

Vale lembrar que Fortnite é gratuito para jogar, mas os jogadores compram passes que desbloqueiam seu sistema de progressão, bem como itens no jogo, como skins.

Em seu site, a Epic indica aos jogadores um download direto via QR Code e o jogo também está disponível na Samsung Galaxy Store em dispositivos compatíveis.

Facebook

De acordo com o site Bloomberg, o Facebook juntou-se à Epic e outros tantos desenvolvedores para criticar publicamente a Apple sobre sua política de revenue sharing para compras no aplicativo, sugerindo que as taxas na App Store estejam prejudicando as pequenas empresas durante a pandemia global.

A rede social lançou na sexta-feira um recurso de eventos pagos em 20 países, oferecendo às empresas a capacidade de cobrar dos usuários o acesso a streaming de vídeo ao vivo, como uma aula de ioga ou seminário. O Facebook disse que a Apple não concordou em renunciar à sua taxa usual de 30% para todas as transações que ocorrem dentro de aplicativos em seus dispositivos e não permitirá que o Facebook processe os pagamentos usando sua própria tecnologia para usuários iOS.

O Google também não renunciou à taxa de 30% cobrada em sua loja , embora a gigante das buscas na Internet permita que o Facebook processe pagamentos por meio de seu próprio sistema de pagamento para evitar esses custos, disse Fidji Simo, head do aplicativo Facebook. A rede social não terá uma parte da receita gerada com o recurso, disse a executiva.

A executiva explicou que sua empresa pediu para que a Apple renunciasse de suas taxas ou os deixassem usar o Facebook Pay, mas a companhia de Tim Cook teria recusado.

Apple

Na última quinta-feira, 13, a Apple comunicou que removeu o Fortnite por uma violação das regras do marketplace. A tal violação é referente a um “drible” que a criadora do jogo fez para receber o pagamento direto dos usuários, in-app, sem usar o billing da loja de aplicativos e, portanto, sem pagar a taxa de 30% de cada compra feita na App Store.

“Ao optar por usar o pagamento direto Epic, você economiza até 20%, pois a Epic está repassando as economias no processamento de pagamentos para você”, dizia o trecho de uma nota publicada no blog da empresa.