A Huawei e a Oi apresentaram um projeto de expansão da fibra ótica na região Amazônica. Com foco em ampliar a banda larga fixa e móvel, a ação foi iniciada em julho deste ano e terá a instalação de 8 mil km de fibra ótica que cobrirá oito estados da região e uma população de 20 milhões de pessoas.

“Além de conseguir a conexão para suas casas, o projeto de expansão trará uma experiência melhor de 4G e 5G. Assim como trará a conexão para diferentes empresas privadas e aplicações avançadas em educação e telemedicina, ambas vitais nesta pandemia do novo coronavírus”, disse o CEO da Huawei do Brasil, Sun Baocheng.

Por sua vez, Rodrigo Abreu, CEO da Oi, explicou que esse é o primeiro passo e que ainda há muito para evoluir em conectividade. Em vídeo gravado, pois estava participando na mesma hora da apresentação dos resultados financeiros da operadora, o executivo citou dados da Anatel que apontam a baixa densidade de rede na região: a penetração da banda larga fixa na região é de 20% ante 44% do resto do Brasil; em mobilidade é 90%, mas pode chegar a 100% como em outras regiões do País.

Além do projeto com a Oi, a Huawei possui uma fábrica de roteadores em Manaus que produziu 1 milhão de unidades em 2019. Na região, como um todo, a fornecedora tem 10 mil elementos de rede instalados em operadoras, sendo 4 mil sites móveis.

A operadora tem presença em 208 municípios da região com banda larga fixa, móvel (3G e 4G) e TV por assinatura. Em banda larga fixa, a cobertura é em 110 cidades. A Oi também apoia o governo com conectividade para 47 postos de fronteira, atendimentos de dados e voz do Sindacta-4 (responsável pelo controle de voos civis e militares) e para o Comando Militar da Amazônia.

PPPs e fundos setoriais

Outro tema debatido no encontro foram as formas de financiamento para avançar com a conectividade na região Amazônica. O uso do Fust foi defendido pelo presidente do Sebrae Rondônia, Daniel Pereira, que lembrou de projetos existentes no Congresso Nacional para utilizar o capital do fundo da telefonia fixa para o móvel.

“No passado, o Brasil criou um fundo para telefonia fixa (Fust). Foi bom na época. Mas ninguém tem mais interesse nisso hoje. Só em rede móvel e em dados. Talvez o governo federal possa conectar os projetos que estão em debate no Congresso”, explicou Pereira. “Nós temos no Fust esse recurso que poderia ser bem aproveitado no País”.

Por sua vez, Carlos Roseiro, diretor de soluções integradas da Huawei no Brasil, afirmou que não existe uma visão de desenvolvimento sustentável para a Amazônia sem conectividade. Em sua visão, uma forma de melhora são parceiras público-privadas (PPPs), de forma que colaborem para auxiliar no crescimento econômico dos estados amazônicos.

Pelo lado do governo, Emmanoel Campelo, vice-presidente da Anatel, explicou que há R$ 1,4 bilhão destinados do Gired para o desenvolvimento de TIC da região: “A agência vai destinar esse saldo para apoiar a região”.