O Brasil é hoje um dos mercados prioritários da Elastic, empresa norte-americana que fornece soluções com código-aberto para buscas dentro aplicativos móveis e sites web. A receita no País cresceu 10 vezes no atual ano fiscal da companhia e deve aumentar mais cinco vezes no próximo, prevê John May, vice-presidente da Elastic responsável pelas Américas. A quantidade de downloads de seus softwares no País é quatro a cinco vezes maior do que no México.

“O Brasil é um grande mercado na América Latina e é muito amistoso para open source. Os brasileiros em geral, seu governo, e várias companhias são usuários de soluções com código aberto. Muitos entendem que o custo é um atrativo, já que soluções proprietárias tendem as ser muito caras”, comenta o executivo, em visita ao Brasil esta semana para a realização de eventos de promoção da Elastic. Ele conta que há uma comunidade bastante ativa de desenvolvedores de Elastic no Brasil, com encontros organizados recorrentemente em São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e outras cidades.

As soluções da Elastic visam basicamente fazer buscas com rapidez dentro de grandes bancos de dados e entregar resultados personalizados, com base em informações sobre quem faz a pesquisa. Tanto sites na web quanto aplicativos móveis utilizam tais ferramentas. Um exemplo: o app do Uber usa a Elastic para fazer a busca pelo carro mais próximo quando um cliente solicita uma corrida. Uma busca rápida e assertiva também é essencial para redes varejistas com vastos catálogos de produtos, pois pode ser determinante na decisão de compra do consumidor. Por isso, Netshoes e Groupon são usuários da Elastic. Datasus, Yelp e Wikipedia são outros exemplos de clientes.

“Nós tratamos de problemas da ordem de Terabytes e Petabytes, não Megabytes. E são buscas com grande número de usuários simultâneos. Isso exige uma resposta muito rápida. Temos um cliente que roda 1 Petabyte por dia”, relata May.

Os softwares da Elastic já foram baixados mais de 225 milhões de vezes ao redor do mundo. Eles podem ser usados livremente de graça, por serem open source. Mas se o cliente quiser acessar algumas funcionalidades extras ou contar com suporte técnico, aí precisa pagar uma assinatura, que é calculada pela quantidade de servidores utilizados para a aplicação. A maioria dos clientes instala o Elastic em seus próprios servidores, mas há também a possibilidade de usar a nuvem da empresa norte-americana. Embora seja open source, a companhia faz questão de manter sob o seu controle a gestão do roadmap do produto.