Uma das mais fortes e irreversíveis tendências da sociedade moderna é o uso de dispositivos móveis. Laptops, tablets e smartphones são uma presença cada vez mais constante em nosso cotidiano. Praticidade é a palavra de ordem e a espera na fila do banco pode ser muito bem trocada por uma transação online enquanto você almoça tranquilamente sem sair do seu escritório ou mesmo de casa.

Dito assim, caminhamos para o melhor dos mundos. E, sem dúvida, o futuro aponta para o emprego racional do tempo que dispomos para atividades interessantes e não estressantes e entediantes como idas ao banco para o pagamento de contas. Mas toda essa comodidade vem com um preço e esse preço se chama segurança.

O uso de dispositivos móveis é um universo em constante expansão. E na América Latina, que tem o Brasil como carro-chefe, esse movimento é ainda mais expressivo. Em 2016, serão 22,3 milhões* os usuários de serviços de pagamentos móveis e nada menos do que 783 milhões** de linhas móveis ativas no continente, contra 694 milhões em dezembro de 2013.

Os números são impressionantes: a base mundial de usuários de Internet móvel subirá de 2,2 para 3,8 bilhões** entre 2014 e 2020, representando um salto de 30% para 50% dos habitantes do planeta e, somente no Brasil, a penetração de smartphones subirá de 32,4% para 72,2% da população até 2020.

Cada vez mais pessoas se beneficiarão das comodidades oferecidas pelos dispositivos móveis e por seus aplicativos. O maior desafio de todos os envolvidos nessa questão, tanto fornecedores de serviços como desenvolvedores de aplicativos e consumidores, é fazer com que uma comunidade específica, a de criminosos ligados ao cyber crime, também não se beneficie dessa expansão.

Uma expansão que é dificultada pela falta de confiança por parte dos consumidores. Em uma recente pesquisa*** realizada em 15 países envolvendo 15.000 pessoas, 49% dos usuários de conteúdo móvel indicaram a falta de confiança como o principal motivo para baixarem menos aplicativos do que gostariam. Um ano antes, esse percentual era de apenas 37%. Em relação aos brasileiros, ficamos acima da média mundial, com 52% dos entrevistados apontando a desconfiança como razão para não baixarem um número maior de aplicativos.

Os recentes e cada vez mais frequentes relatos de acessos criminosos a grandes bancos de dados com o roubo de informações pessoais não ajudam a melhorar esse cenário. Para mudar esse quadro, ampliando a confiança do consumidor, os desenvolvedores de aplicativos e os fornecedores de serviços precisam priorizar o quesito “segurança” nas aplicações móveis.

Como a preocupação com a segurança não se restringe apenas aos aplicativos, há um crescente espaço para soluções capazes de analisar o comportamento dos usuários. Conhecer o perfil das transações de cada cliente e reconhecer, por exemplo, quando o local de acesso ou o valor transacionado fogem ao padrão do usuário, é uma arma importante na luta contra o crime financeiro na Internet. Essa análise torna possível estabelecer mecanismos de defesa eficientes e capazes de identificar a tempo as tentativas de fraudes.

Os criminosos se utilizam cada vez de práticas mais sofisticadas para suas ações e somente contrapartidas igualmente de ponta, como a análise do perfil do usuário, podem assegurar um ambiente mais seguro e confiável para o ambiente móvel.