A determinação inédita da Anatel, suspendendo temporariamente a venda de chips e serviços de Internet das Operadoras OI, TIM e Claro em alguns Estados surpreendeu a todos nós usuários, operadoras e o mercado móvel em geral no último mês. Aparentemente trouxe uma movimentação negativa, chamando a atenção para a má qualidade dos serviços prestados, com base no aumento de reclamações por parte dos consumidores em todo Brasil. De fato, o número das queixas registradas no Procon se destacaram e a Anatel teve que intervir.

Mas o que precisamos discutir é: de que forma essa medida deve impactar o mercado? E o usuário: o que pode esperar daqui em diante? Entendo a postura da Anatel, consagrando um momento decisivo de melhorias, qualificando produtos e serviços aos usuários. 

Acredito que essa movimentação abre um novo ciclo para oxigenar o mercado de telefonia, tornando-o mais sólido e regulamentado, propício para investimentos e novas apostas. Sem dúvida, um divisor de águas, onde a imposição de normas mais rigorosas gera estabilidade, o que deve estimular investimentos por parte das empresas e também uma oportunidade para que as operadoras ajustem sua infraestrutura, produtos e atendimento ao cliente. Com novos serviços e produtos ofertados é natural um aumento também na venda dos aparelhos móveis, que cresce continuamente no País.

Estimativas divulgadas recentemente pela consultoria IDC revelam que a venda de smartphones no Brasil deve aumentar em 73% ainda este ano. Em 2011 foram vendidos no Brasil aproximadamente 9 milhões de unidades, um recorde. Para este ano o número de aparelhos comercializados deve passar dos 15 milhões. Em relação ao número de linhas ativas, a Anatel confirma 256 milhões atualmente.

Acredito ainda em outro fator relevante que a decisão da Anatel deve impulsionar nas operadoras: a oferta de mais serviços que recompensem o usuário. Vejo que a tendência é seguir o que o mercado europeu faz muito bem: investir massivamente em programas de fidelidade para estreitar o relacionamento com seus clientes através de bônus e promoções. Além de gerar valor agregado, reforça a competitividade do mercado, onde o grande beneficiado é o consumidor.