Sede da Duosystem

O aplicativo e-Saúde SP de teletriagem da prefeitura de São Paulo está em fase de implantação em 31 unidades de saúde da capital. O app foi desenvolvido em parceria com a Duosystem, contou com o apoio financeiro do BID e tem como objetivo fazer a triagem e a orientação de pacientes com suspeita de Covid-19. O investimento previsto é de R$ 32 milhões por ano.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, está em curso a “incorporação das passagens de dados do Sistema Integrado de Gestão de Assistência à Saúde de São Paulo (SIGA)”, onde estão localizadas as informações sobre procedimentos ambulatoriais, e a conexão com os prontuários dos hospitais e da atenção primária. Mas antes é preciso limpar os dados do Siga para depois serem integrados ao sistema.

“Estamos fazendo uma higienização dos dados. Nós temos mais registro que habitantes em São Paulo. Temos que entender o cadastro real do paciente para entender quem ele é. O limite seriam 12 milhões de registros de pessoas, mas o volume pode chegar a 30-40 milhões de registros”, diz Alfredo Leite, diretor de operações da Duosystem. “O primeiro arquivo que recebemos tinha 20 milhões de registros”, acrescenta.

Paralelamente ao processo de limpeza de dados, o app e a central de teleatendimento estão em regime piloto com uma pequena base de usuários. Em agosto, o sistema da Duosystem com a prefeitura registrou 400 atendimentos neste trial. No app, o usuário informa o cadastro nacional de saúde, nome, filiação, email, telefone. O e-Saúde procura as informações no repositório de dados e, caso seja paciente, carrega o histórico.

“O app ainda pergunta o histórico de doenças e depois pega as informações atuais do paciente. Depois disso, os dados vão para uma central médica ou para unidade básica de saúde (UBS). Eles chamam o paciente para a UBS (no caso de exame clínico, por exemplo, mas depende do protocolo). O médico pode fazer a teleconsulta e pode ter uma interconsulta (suporte de um especialista). Depois disso, há um acompanhamento que pode ser por teleconsulta”, explica o executivo.

A Secretaria espera uso maciço da plataforma quando lançada oficialmente, não somente por parte dos usuários que baixam o aplicativo, mas por todos que utilizam o SUS. A plataforma irá estruturar de forma definitiva a portabilidade dos dados clínicos e a telemedicina no SUS de São Paulo.

Leite explicou que embora o escopo do projeto seja inicialmente apenas para a Covid-19, o projeto é muito maior, pois envolve a visão que a saúde precisa ser digital. Dá como exemplo a possibilidade de acompanhamento de pacientes com comorbidades, como pressão alta e diabetes.

Medicamentos

Alfredo Leite, diretor de operações da Duosystem

A Duosystem possui ainda uma parceria com o governo do Estado de São Paulo, dessa vez com o aplicativo Remédio Agora (Android). Este app é usado por pacientes que precisam retirar medicamentos de alto custo e fazer agendamento de renovação de pedido. Atualmente, ele possui mais de 100 mil usuários, 101,5 mil cadastros e 307 mil agendamentos.

“O mundo de saúde digital tem vários universos. A arquitetura que a Duosystem tem é nova – foi feita em 2019. Sua estrutura é baseada em microsserviços e orquestração. Dependendo da necessidade de cada um, eu junto os microsserviços e orquestro para criar a jornada que o cliente precisa. Inclusive com regulação”, completa o diretor da empresa.

Atualmente, o Remédio Agora pode ser usado nas seguintes localidades: em São Paulo, nas Farmácias do Componente Especializado de Maria Zélia, Várzea do Carmo e Vila Mariana, que representam 70% dos usuários e 77% dos agendamentos; no Alto Tietê, foi implantado em Mogi das Cruzes; e chegou recentemente nas cidades Campinas e Ribeirão Preto.

Apoiando também o distanciamento social, o app colaborou para reduzir 25% das circulação das pessoas nas farmácias estatais.