O vice-presidente de infraestrutura e de computação industrial da OpenAI, Peter Hoeschele, afirmou que estamos vivendo a era da “industrialização da computação”. Durante o Oracle AI World nesta quarta-feira, 15, o executivo afirmou que essa industrialização acontece com foco em otimização de energia, silício e escala em nuvem para atingir os resultados e demandas na inteligência artificial.
O VP da empresa de IA mencionou a parceria com Broadcom, AMD e Oracle como exemplo de colaboração técnica e flexibilidade conquistadas para construir uma infraestrutura de próxima geração em IA: “Não é só construir um data center na Virgínia do Norte (EUA). A industrialização da computação é estar em todas as camadas, da energia elétrica ao chip”, afirmou Hoeschele.
Reforçou que foi necessário um trabalho de “coengenharia” com a Oracle. Isso incluiu ainda a entrega de 200 MW de capacidade de energia da provedora de nuvem para a OpenAI, assim como uma arquitetura de rede inteligente para atender as dinâmicas de crescimento da empresa de IA, como o lançamento de novas versões do ChatGPT e do Sora.
“Precisamos ter a capacidade de lançar modelos de treinamento para criar (produtos) como o Sora. E precisamos ser capazes de nos adaptarmos a isso”, disse, ao lembrar que essa estrutura flexível oferecida pela Oracle também serve a outras empresas, como o TikTok. “Essa não era uma capacidade que tínhamos antes e que nós passamos a incorporar, como o uso de multirredes e segurança”, completou. Ou seja, passaram a ter depois que começaram a usar a Oracle Cloud Infrastructure.

CEO da Oracle, Clay Magouyrk (de azul) e Peter Hoeschele, VP de infraestrutura e computação industrial na OpenAI (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
OpenAI: treinamento de IA e Stargate
Outro ponto apresentado por Hoeschele foram as dificuldades da OpenAI para expansão de infraestrutura, como o Stargate, que está começando a ser expandido para outros países, como a Argentina. Por ter demandas ligadas à política, como garantir que atendam requisitos governamentais e internos de segurança, o VP da OpenAI explicou que precisam ter um ‘one-stop-shop’ para replicar esse trabalho em outras localidades, mas com o mesmo padrão.
O executivo também afirmou que não vê polêmica entre treino e inferência em IA. Em sua visão, o especialista afirmou que o desenvolvimento constante da inteligência artificial permite que os modelos fiquem rodando, gerando amostras e treinando, o que mistura os limites entre treinamento e inferência.
“Gente, vamos parar de falar em treinamento contra inferência. Estamos em uma nova fase: os modelos de IA estão sempre rodando, aprendendo e melhorando o tempo todo”, disse. “E isso faz toda a diferença — porque, nos negócios, nos bancos de dados e em tantas outras aplicações, quanto mais dados entram, mais esses modelos evoluem e se tornam relevantes para cada caso de uso”, concluiu.
Imagem principal: CEO da Oracle, Clay Magouyrk (de azul) e Peter Hoeschele, VP de infraestrutura e computação industrial na OpenAI (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
* O jornalista viajou aos EUA a convite da Oracle