A Wappa vai entrar no mercado de corridas de táxi para pessoas físicas. A novidade será incluída em uma atualização do aplicativo da companhia prevista para acontecer até o final de abril. A Wappa atua hoje somente no mercado corporativo, oferecendo uma solução de gestão de corridas de táxi para empresas, que contempla um aplicativo móvel para que funcionários chamem os taxistas.

"Vamos lançar o serviço para pessoa física. Não é o nosso foco, mas entendemos que há uma demanda reprimida grande e o esforço do nosso lado será pequeno", explica Armindo Mota Jr, CEO e co-fundador da Wappa. Quem já é usuário do Wappa para corridas corporativas poderá criar uma conta pessoal dentro do app para realizar usar o serviço como pessoa física. A cobrança será feita sempre através do app, com pagamento pelo cartão de crédito do passageiro, que precisará ter sido previamente cadastrado. Com a novidade, a Wappa vai concorrer ainda mais diretamente com 99Taxis, Easy Taxi e Uber, os três grandes players desse mercado no Brasil. Os dois primeiros, por sinal, nasceram voltados para pessoas físicas mas depois entraram também no corporativo.

Não será a primeira experiência da Wappa com pessoa física. No ano passado, a empresa lançou sua operação em Lisboa, Portugal, e decidiu começar atendendo o consumidor final. Uma versão corporativa será disponibilizada para o mercado português ainda este ano e há planos de estender a operação a outras cidades europeias. Além disso, a Wappa está pronta para entrar no mercado de táxis de luxo em São Paulo com o Wappa Black, que, neste caso, funcionará em um app separado.

Balanço, estratégia e mercado

A Wappa faturou no ano passado R$ 170 milhões, o que representa um crescimento de 70% em relação a 2014, quando foram R$ 100 milhões. E a previsão é de chegar perto de R$ 300 milhões em 2016. Em número de corridas, a Wappa registrou quase 3 milhões em 2015 e projeta subir para algo entre 5 e 6 milhões este ano. Sua carteira de clientes é composta hoje por 3 mil empresas e a meta é dobrar até dezembro, conquistando 6 mil.

O bom desempenho operacional e financeiro deve levar a Wappa às compras em 2016. Após fazer no ano passado um investimento de R$ 5 milhões na Expense Mobility, criadora de uma solução de gestão de gastos para reembolso corporativo, a Wappa está de olho em oportunidades de negócios com outras empresas com produtos complementares. Seu CEO cita especificamente o mercado de apps para chamada de motoboys e para gestão de gastos com viagens corporativas. "Queremos caminhar para ter uma plataforma mais ampla, com outras linhas de despesa para ofertas mais completas dentro dos clientes. A Expense Mobility foi uma primeira investida nesse sentido", diz Mota Jr.

Quanto à competição no mercado nacional de apps de táxi, o executivo comenta: "Dentre os apps de táxi, acho que somos o único com geração positiva de caixa. Os outros estão em outro momento, de investimento. Estão comprando usuários, dando descontos… Uma hora a conta não fecha", analisa Mota Jr. Ele acredita que o mercado brasileiro não comportaria mais que quatro players concorrendo nesse segmento. E prevê uma chance de consolidação para três no futuro.

Aumento de tarifa

A Wappa deve aumentar este ano a tarifa que cobra dos taxistas, que hoje é de 10% sobre o valor das corridas. O 99Taxis fez isso na semana passada, subindo de 9% para 12,99%. E o Easy Taxi confirmou que também aumentará, mas não informou para quanto – hoje cobra 9%. "Estamos com a mesma taxa há quatro anos. É necessário ter caixa para pagar em dois dias para o motorista. Temos um custo financeiro alto. Acho que cabe um reajuste. Nós (os apps de táxi) otimizamos muito o dia a dia dos taxistas. O rádiotaxi cobra de 20% a 30% do taxista", comenta.