O aplicativo brasileiro de ensino Qualifica (Android, iOS) registrou um crescimento de 225% no ano passado em número de aulas, chegando à marca de 1,5 milhão, informa Ricardo Drummond, cofundador e CFO da mLearn, empresa responsável pelo serviço, em entrevista para Mobile Time. Ao todo, mais de 100 mil pessoas fizeram aulas de algum dos mais de 100 cursos oferecidos através da plataforma. 

O número de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês) do Qualifica foi diretamente impactado pela pandemia. Em fevereiro do ano passado, último mês antes da crise provocada pelo novo coronavírus, foram 6,2 mil MAUs. No mês seguinte, em março, o número dobrou para 11,8 mil e foi crescendo gradualmente até chegar a 17 mil em dezembro. Agora, neste começo de 2021, gira em torno de 20 mil.

O Qualifica oferece cursos variados, de inglês a programação, passando por MBA em liderança para o futuro. A duração varia caso a caso, de 1 hora a 25 horas de aulas. Os cursos incluem textos, imagens, exercícios de múltipla escolha, áudios, vídeos e, mais recentemente, aulas ao vivo. “Nós preparamos as pessoas para o mercado de trabalho do futuro”, resume Drummond.

Modelo de negócios

O modelo de negócios do Qualifica consiste em fechar acordos com empresas que ofereçam o acesso aos cursos como um benefício para os seus clientes. Não há venda direta para o usuário final nas lojas de aplicativos. Claro, Vivo e Oi disponibilizam o Qualifica como um serviço de valor adicionado via direct carrier billing, assim como 150 pequenos provedores de Internet, segmento que a empresa quer se aprofundar em 2021.

A mLearn começa a experimentar também uma versão white label do Qualifica, dentro da qual empresas podem publicar seus próprios cursos, para acesso por seus funcionários. “Queremos entrar nesse mercado de treinamento B2B”, diz o executivo. 

Entre os próximos passos da companhia está a realização de uma rodada de investimentos na qual pretende levantar R$ 7 milhões para financiar melhoras na plataforma, incluindo os ajustes para a oferta “white label” e também um modelo de “uberização”, permitindo a publicação de cursos e a remuneração de seus criadores.