A chegada da Lenovo com notebooks conectados para o mercado corporativo passa pela estratégia de oferecer um produto completo ao público B2B, com conectividade 5G da Vivo e tecnologia de redes celulares da Qualcomm, explicou Leandro Lofrano, diretor de produtos da fabricante.

A companhia lançou nesta quinta-feira, 16, o ThinkPad X13s com Snapdragon 8cx de terceira geração da Qualcomm e conectividade 5G da Vivo, um computador high-end (R$ 11 mil na operadora) e que tem como foco inicial executivos do topo. Mas não deve parar por aí.

Segundo Lofrano, há planos para lançar mais notebooks com a quinta geração das redes celulares com chipset Qualcomm, mas não soube precisar quantos dispositivos chegarão ao mercado. O diretor da Lenovo confirmou que o equipamento chega após testes no mercado: “Alguns setores já bancaram, como agronegócio, banco, farmacêutica, além da própria Qualcomm. Mas é uma solução que ainda está crescendo dentro das empresas em homologação”, disse.

Para avançar com a homologação entre as companhias, a Lenovo aposta na relação da Vivo como canal e integrador para chegar próximo ao canal corporativo. Vale dizer que a operadora não é parceira exclusiva da Lenovo no lançamento. Contudo, Lofrano explicou que, por oferecer a conectividade, a Vivo tem um diferencial.

Não é venda, é consultoria

Gabriel Domingos, diretor de marketing B2B na Vivo (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

O diretor de marketing B2B da Vivo, Gabriel Domingos, afirmou que a operadora não entra na operação como um mero vendedor de equipamento ou de planos de conectividade, mas como consultor que oferece todo o portfólio do Vivo Empresas: “Não discuto só a venda da solução. Eu ofereço um ‘one stop shop’ de tecnologia”, disse.

“A plataforma do 5G B2B da Vivo vai além da conectividade. Temos um portfólio super rico com big data, cloud, TI, IoT, segurança e ferramenta de colaboração. Do pequeno ao grande. Com a liderança do segmento móvel, 58% do market share B2B, nós entregamos todo esse portfólio”, completou. “E temos receita que comprova isso. Tivemos R$ 2,7 bilhões de receita B2B em 2022. Na parte de equipamentos, a Vivo é forte em vendas e locação com suporte, manutenção e troca. Novamente, em grandes empresas e PMEs”, concluiu.

A Mobile Time, Domingos explicou que a oferta da Vivo pode ser customizada. Atualmente, a companhia tem 220 mil devices como tablets e computadores dentro de sua divisão de hardware as a service (HaaS) corporativa, a Vivo Tech. Agora, a operadora quer oferecer para este público smartphones.

Chips e chips

Da esq para direita: Gabriel Domingos, Vivo; Leandro Lofrano, Lenovo; Helio Oyama, Qualcomm (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Hélio Oyama, diretor de desenvolvimento de negócios na Qualcomm, afirmou que embora o chipset com rede celular para PCs tenha evoluído de outras duas gerações, ainda não pode ser comparado aos processadores M2 e M3 da Apple, que também têm arquitetura ARM, como o Snapdragon 8cx.

Por outro lado, o especialista acredita que a Qualcomm pode disputar mercado de computadores móveis com a Intel.

“Certamente (a Qualcomm) é uma alternativa (à Intel). Estamos em uma evolução rápida. Basicamente nós temos o ARM como vantagem. E o outro aspecto é a conectividade celular. Além disso, nós não esquecemos o quesito da inteligência artificial. Nada mais natural que trazer esse atributo para os PCs”, disse Oyama.