Após tentativas com códigos de barras e bilhetes, a secretaria de turismo do estado de São Paulo resolveu apostar na tecnologia NFC (Near Field Communication) para o teste-piloto realizado nos ônibus do Roda SP. O Roda SP é um programa itinerante que, durante o verão, oferece aos turistas que se encontram na Baixada Santista a possibilidade de usar a infraestrutura de transportes para percorrer os municípios da região, pagando R$ 10,00 por uma passagem que tem validade de 24 horas e pode ser usada várias vezes por dia.

A fim de obter controle sobre o fluxo de passageiros e a ocupação dos veículos, a tecnologia NFC, usada na aplicação do CPqD, tem sido utilizada nos 16 ônibus da frota desde o dia 21 de dezembro até 17 de fevereiro. Estima-se que 35 mil passageiros usarão o cartão NFC que será aproximado do smartphone  do funcionário que fará a captura de dados. Para Norberto Alves Ferreira, da diretoria de tecnologias de serviços do CPqD, a maior vantagem é a possibilidade de a secretaria de turismo poder acompanhar as informações em tempo real.  Os dados capturados são enviados imediatamente para o servidor da empresa MJ Lema, responsável por seu processamento e a geração de relatórios para a secretaria de turismo. “Com a ferramenta, a secretaria consegue analisar rapidamente problemas de superlotação ou de rotas incorretamente cumpridas”, explica.

O executivo acredita que o teste-piloto nesse verão abre possibilidades para novas ações desse tipo em outras rotas de turismo planejadas pela secretaria. Contudo, Ferreira acredita que as chances de essa solução ser utilizada, massivamente, nos transporte público da cidade de São Paulo ou de outras capitais do País são pouco viáveis no curto prazo. “Para que seja uma aplicação de massa, é necessário investimento em infraestrutura. Hoje há uma falta de equipamentos disponíveis nesse sentido”, avalia.

A leitura dos cartões NFC do projeto Roda SP é feita com aparelhos Galaxy S III, um dos smartphones mais caros do mercado. Ferreira lembra que, no Brasil, ainda são poucos os dispositivos que possuem essa tecnologia, e acredita que o futuro barateamento de smartphones com NFC contribuirá significativamente com a redução dos custos e com a viabilidade de implementação de soluções como essa no dia a dia dos passageiros. “Já há testes em transporte público sendo realizados na Europa e nos Estados Unidos. Até 2014 experiências como essa já devem começar a pipocar no Brasil inteiro”, prevê o executivo.