A utilização de novas tecnologias de pagamentos vai mudar o ponto de venda, que em alguns casos pode desaparecer. É o que prevê Bill Gadja, vice-presidente sênior de inovação e parceria estratégica da Visa.  Com um semblante entusiasmado pelas novas tecnológicas, Gadja deu uma rápida entrevista para MOBILE TIME, durante sua passagem pelo Ciab-Febraban, evento que discute a tecnologia no setor financeiro em São Paulo.

“Eu acredito que em alguns casos não haverá ponto de venda. Você vai ver aplicações móveis substituindo-as, e a atual experiência do usuário vai sumir”, prevê o executivo. “Você vai ver smartphones, tablets e smarwatches fazendo funções que jamais pensamos. Vai trabalhar bem diferente do modelo atual”.

Questionado se a tecnologia de pagamentos móveis pode acabar com meios de pagamento atuais, como o cartão de crédito de plástico, Gadja rechaça a ideia. Em sua visão, uma geração inteira ainda vai usar o cartão, aquela conhecida como "geração X".

Por sua vez,James Anderson, executivo de plataforma de pagamentos para mercado emergentes da MasterCard, também acredita que o cartão deve continuar existindo. “Nós temos (MasterCard) 2 bilhões de cartões e 500 milhões de clientes. Como você vai explicar para eles que mudou?”, questiona Anderson. “Vai levar um tempo, um bom tempo até eles se acostumarem”.

Sobre o mercado brasileiro, Gadja afirma que o Brasil deve se tornar um dos principais “líderes de pagamentos móveis em pouco tempo”, 18 meses. Ele lembra que 85% do parque brasileiro de máquinas de POS já possui a tecnologia NFC. Para Anderson, o Brasil leva vantagem por ser um País com vontade de inovar.

Tokenização

Um dos temas mais abordados pelos executivos foi a chegada da tokenização, que traz mais segurança ao cliente ao substituir dados confidenciais do cartão por números provisórios. A tecnologia pode ser aplicada a funcionalidades de pagamentos móveis como Apple Pay, Android Pay e Samsung Pay. E pode ser vista como substituta da autenticação em transações bancárias. No entanto, o vice-presidente de produtos da Visa do Brasil, Percival Jatobá, acredita que os dois sistemas devem coexistir. “A tokenização é importante, mas a autenticação também é vai continuar”.

James Anderson ainda lembra que o conceito de tokenização não é novo. E que algumas empresas já utilizam. Para Bill Gadja, a vantagem será operar com vários cartões em vários dispositivos, incluindo na Internet das Coisas.

Novidades

As empresas aproveitaram para confirmar lançamentos futuros em pagamento móveis e para o desenvolvimento de novas aplicações. A Visa vai lançar sua plataforma de Token no Brasil ainda neste ano, assim como o Visa Checkout, um sistema que permite efetuar pagamento em poucos passos e que pode ser tokenizado. Ambas devem chegar ao País no segundo semestre. Outra novidade da operadora de cartões é um laboratório para desenvolver aplicativos em São Paulo.