A corretora de criptomoedas Foxbit (Android, iOS) já tem o mobile como seu principal meio de cadastros de usuários. De acordo com o CEO João Canhada, 70% dos novos registros são feitos via dispositivos móveis: “Nós nascemos no desktop e fomos para o mobile em janeiro. Hoje, o aplicativo já representa uma parcela importante de nossa operação”.

Para ele, um dos principais atrativos – principalmente para curiosos que desejam conhecer a corretagem com criptomoeda – é ter duas opções de onboarding: o primeiro igual aos bancos, com solicitação de dados pessoais e documentos (CNH, por exemplo); e outro mais simples que pede apenas o RG. Em conversa com Mobile Time durante o IT Forum X, o executivo revelou que as transações de moedas no mobile estão próximas de 35% do total, ante 65% do desktop. Mas Canhada vê potencial de crescimento no trade mobile.

Atualmente com 560 mil clientes cadastrados e R$ 6,6 bilhões transacionados, a Foxbit transaciona cinco moedas: Bitcoin, Ethereum, Litecoin, TrueUSD e XRP (Ripple). Esta última moeda foi lançada na plataforma na terça-feira, 15, e em seu primeiro dia, o Ripple atingiu o segundo lugar entre as moedas mais transacionadas. Ficou atrás apenas da criptomoeda mais conhecida, o Bitcoin.

IRPF x Liberdade

Com a nova regra de declaração de criptomoedas no Imposto de Renda, de 1º de agosto deste ano, que exige prestação de contas por parte do usuário e das corretoras, o executivo explicou que foi “um avanço importante” e “trouxe mais respaldo” ao setor. No entanto, ele revelou que houve uma divisão de sentimentos entre os correntistas. Em sua visão, os usuários que aderem a tecnologias mais cedo (early adopter, em inglês) não gostaram, pois preferem “mais liberdade”. Por sua vez, os consumidores mais experientes viram com bons olhos a normativa da Receita Federal.

Regulamentação

Canhada ainda espera para o próximo ano uma regulamentação do setor, mas não tem preferência por um dos dois projetos de lei sobre criptomoedas que tramitam na câmara dos deputados: o PL 2303/2015, de autoria do deputado federal Aureo (SD-RJ), abarca criptomoedas e programas de milhagem, com regulação do Banco Central; e o PL 3825/2019, do senador Flávio Arns (Rede-PR), com regulamentação pelo BC e pela CVM, e previsão de pena de até 12 anos de prisão em caso de fraude.