Martin Sugden, CEO da Boldon James

O impacto da GDPR, a lei geral de proteção de dados da Europa, ainda não atingiu completamente a Europa. Essa é a visão de Martin Sugden, CEO da Boldon James, empresa britânica que trabalha há mais de 30 anos com classificação de dados. “Nós ainda não vimos o impacto total da GDPR”, disse Sugden em conversa com Mobile Time. O executivo explicou que o efeito da lei, em especial nas companhias pequenas, ainda não pôde ser sentido. Ainda assim, o executivo crê que o mercado de classificação de dados ficará aquecido em todas as camadas, pois todas as empresas estão se mobilizando.

Quando questionado sobre a diferença entre as leis de proteção Brasil e Europa, Sugden acredita que as regras são similares. Contudo, ele endossa o discurso de outros especialistas que o tempo para vigorar a LGPD “é muito curto”, 15 meses ante 10 anos da lei europeia.

Atuando no Brasil com uma rede de parceiros locais, como Apura, Netconn, Clover IT e B & A – Brasiliano & Associados, a companhia fechará 2018 com uma receita de US$ 1 milhão no País, como revelou o CEO. “Nós acreditamos que o Brasil é um dos nossos grandes mercados no futuro. É um país que está crescendo na receita da nossa empresa. Nós percebemos que o Brasil começou a crescer após um período de estagnação, mas também puxado pelas novas normativas (de dados)”.

A solução da Boldon James funciona basicamente como uma alternativa para classificar as informações que entram e saem de uma empresa. Entre seus clientes estão bancos, farmacêuticas, operadoras de telefonia e fábricas. Em mobile, o serviço permite classificar e-mails do Lotus Notes, Outlook e, em breve, Gmail, e em alguns casos impede que a pessoa envie o e-mail se estiver infringindo as regras estabelecidas pela empresa.

De acordo com Sugden, todos os seus clientes usam a solução mobile. Ele defende que justamente o mobile é um dos casos em que a classificação de dados precisa ser feita. Com grande parte das companhias permitindo o uso de dispositivos pessoais em ambiente de trabalho (BYOD), é preciso ter uma solução que garanta a proteção da empresa.

“O importante que a gente diz para os nossos clientes é: este tipo de solução não pode ficar apenas no C-Level (diretoria). Todos os funcionários devem ter acesso a ela. Como vou garantir que meu vendedor não envie e-mail de sua caixa pessoal se ele usa seu próprio smartphone no trabalho, por exemplo?”, disse o executivo.

“Este tipo de serviço é sobre processos que ajudam a tomar as melhores decisões e para a empresa controlar o fluxo de informações. As empresas precisam saber que tipo de informações têm, como são armazenadas e como lidar com isso”, completa. “Em coleta de dados é preciso classificar, o que demanda não apenas marcar a informação, mas achar aonde está, de qual local veio, classificar e então marcar a informação.”