O Brasil possui ao todo 11.854 provedores de internet de acordo com a pesquisa TIC Provedores 2024, desenvolvida pelo Cetic.br|Nic.br e apresentada nesta quarta-feira, 17. O número é bastante próximo ao coletado pela Anatel, de 11.951, por meio de licenças de SCM (Serviços de Comunicação Multimidia). O forte crescimento decorrente das mudanças regulatórias no setor, ainda existe, mas o país está em um novo momento, segundo Leonardo Melo Lins, pesquisador sênior do Cetic.br|Nic.br e responsável pela TIC Provedores, apresentada durante o IX Fórum 19, que integrou a 15ª Semana de Infraestrutura da Internet no Brasil.

“O crescimento impulsionado pelas mudanças regulatórias no setor, sobretudo a definição de pequeno provedor, e redução do preço do SCM, causou um boom dos provedores avançando e conectando o Brasil. Esse movimento ainda existe, mas estamos em um novo momento, talvez mais consolidado”, resumiu.

A maior parte desses provedores é de PMEs, sendo 45% de micro, 39% pequenas e 10% médias empresas. As grandes representam 2%. E 4% não responderam.

Provedores expandem oferta de MVNOs

Entre as tecnologias oferecidas pelos provedores, a maior parte dos acessos é feito por fibra ótica (97%). O número é 2 p.p. acima de 2022. Mas o destaque aqui são as operadoras móveis virtuais (MVNOs), que ganharam 4 p.p. entre 2022 e 2024, passando a ser oferecida por 8% dos provedores do país.

“É um número semelhante ao do cadastro da Anatel”, comparou Lins. “Mostra um outro movimento no sentido da diversificação”, completou.

Entre os serviços que esses provedores oferecem, destacam-se aqueles que cresceram acima da margem de erro, como telefonia sobre IP, que chegou a 35% em 2024, sendo que, em 2022 eram 23%; transmissão de TV via protocolo IP, com 32% em 2024, sendo que, em 2022, eram 20% dos provedores que ofereciam esse tipo de serviço; e computação em nuvem subiu de 8% (2022) para 12% (2024).

Como dado novo, 90% dos provedores oferecem rede Wi-Fi com suporte. Também sem comparação com edições anteriores da TIC Provedores está o provimento de soluções de internet das coisas (34%).

“De 2022 para 2024 os provedores começaram a diversificar alguns serviços. Oferecem computação em nuvem em maior proporção, transmissão de TV via protocolo IP, provimento de soluções de IoT, como dispositivos de câmeras que provedores estão acoplando em alguns serviços. A diversificação de serviços é algo muito discutido no setor”, avaliou o responsável pela pesquisa ao detectar a diversificação como uma saída para o crescimento lento ou a saturação do mercado.

A pesquisa identificou também que os provedores que atendem somente um município são a maioria (41%), seguido logo atrás daqueles presentes entre duas e cinco cidades (40%). De seis a dez municípios são somente 9% e o número cai conforme atende mais localidades. “É a figura clássica que temos do setor”.

Infraestrutura

Com relação à infraestrutura, 60% dos provedores atendem com rede própria. O percentual se manteve na comparação com 2022 e está 10 p.p. abaixo de 2020.

A infraestrutura mista representa 37%.

E um novo indicador é se o provedor possui torres de transmissão própria. Dos entrevistados, 52% disseram ter de uma a dez torres. Já 15% usam torres de terceiros, sendo 35% de grandes provedores; 22% de médios; 16% de pequenos; e 12%, de micro.

Sobre rede neutra, não houve alteração entre 2022 e 2024, mantendo o percentual de 40% de provedores que usam esse tipo de infraestrutura. “Falava-se muito de redes neutras em 2022 e discutíamos muito se de fato as torres iriam fazer uma diferença no setor. E, em 2024, vimos que não foi algo que atraiu os provedores. Mas vamos continuar acompanhando porque a diversificação de infraestrutura será a tônica daqui para frente”, explicou.

 

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