Atualmente, há inúmeros meios de transportes que podem ser compartilhados. Bicicletas, carros, patinetes. Todas essas opções têm o seu propósito e contribuem para o deslocamento em grandes centros urbanos. Desde o fim do ano passado, São Paulo conta ainda com a opção de aluguel de scooters da Riba Share (Android, iOS). Elas são elétricas, contam com capacete e tudo pode ser feito a partir do aplicativo.

Para Fernando Freitas, CEO da Riba Share, a scooter chegou à cidade para somar entre os modais já ofertados em São Paulo: “Cada veículo tem seu papel na mobilidade urbana e às vezes eles têm uma sobreposição. As bikes servem bem para deslocamentos de zero a quarto quilômetros. Já os patinetes, com um certo esforço, é possível andar seis quilômetros neles. Já as scooters podem ir até 20 ou 30 quilômetros. Pegar uma scooter – com capacete, batendo o vento no rosto, ter essa sensação de liberdade e comodidade: essa é a experiência diferenciada que escolhermos dar para nossos usuários”, explica Freitas.

Como funciona

Depois de se cadastrar, o usuário pode procurar uma Riba, como são chamadas as scooters, mais próxima a ele, estacionada em vagas Zona Azul. Elas estão espalhadas por bairros da Zona Sul e Zona Oeste de São Paulo. Elas são “dockless”, ou seja, não precisam de uma estação para ficarem presas. Ao encontrar uma pelo aplicativo, o usuário deve reservá-la e chegar até a Riba em 15 minutos. Caso o usuário não esteja encontrando a moto na rua, é possível usar o botão “Encontrar”, no app. Ao apertar, a scooter dá duas buzinadas e seu pisca-alerta acende, o que facilita achar a moto no escuro, por exemplo. Em seguida, também pelo aplicativo, é possível destravá-la.

As scooters e o app

Freitas costuma dizer que o aplicativo da Riba Share é uma extensão da moto e vice-versa.

Ele, aliás, foi desenvolvido em parceria com a CEiiA, centro de excelência em engenharia e inovação com experiência em projetos de mobilidade urbana na Europa. A tecnologia empregada permite monitoramento em tempo real e o controle remoto da frota.

“Fizemos toda a mecatrônica e a parte de hardware da scooter para que tudo pudesse ser feito pelo app”, conta.

As scooters são elétricas e, por isso, caso uma esteja com uma bateria de 20% de carga ou inferior, não pode ser retirada. Em carga máxima, elas podem rodar até 90 quilômetros. O usuário pode rodar à vontade, sem precisar se limitar aos bairros onde elas são encontradas. Porém, é preciso deixar a Riba em uma vaga demarcada para motos dentro da região de prestação do serviço e fazer o check out por meio do app.

As scooters andam a 50 quilômetros por hora e, no compartimento de carga estão os capacetes. Pelo app o usuário pode retirá-lo do compartimento. É lá que também se encontra um kit higiênico com uma touca, que protege a cabeça dos usuários do capacete, afinal, “a scooter é a única coisa a ser compartilhada”, brinca Freitas, referindo-se a possíveis piolhos dos motociclistas usuários.

Modelo de negócios e números

O usuário paga R$ 5,90 por 10 minutos de Riba. Os minutos seguintes custam R$ 0,59. No entanto, o usuário precisa de uma CNH tipo A, para direção de ciclomotores.

De acordo com o CEO da Riba Share, o fato de precisar de uma CNH  tipo A não restringe tanto o universo de usuário. Até porque, segundo Freitas, “o universo de usuários é muito maior do que em países europeus, por exemplo. Além do mais, a carteira de motorista específica para aquele veículo qualifica ainda mais o usuário. Ele sabe usar uma moto, sabe o funcionamento da scooter, como ele tem que cuidar, sabe sobre as infrações. O comportamento de uso é muito bom porque os usuários já estão licenciados”, explica.

Os números e o perfil dos usuários ajudam a corroborar a tese de Freitas. Apesar de o serviço ser usado predominantemente por homens (85% diante de 15% de mulheres que usam a Riba Share), e com média de idade de 25 a 45 anos, a projeção da startup é de crescimento entre as mulheres à medida que o serviço passa a atuar em outras áreas da cidade. “Em países europeus o serviço começou nessa proporção, mas, atualmente, está em 60% entre homens e 40% de mulheres usando. Acreditamos que o mesmo irá acontecer no Brasil”, diz.

A Riba Share está atuando oficialmente desde 17 de dezembro de 2018 e, apesar de não divulgar números de usuários, Freitas explica que os números surpreendem a equipe. De acordo com o CEO, o número de usuários totais é duas vezes maior do que o esperado pela startup e que os usuários ativos, ou seja, com cadastro aprovado para usar, é sete vezes acima do esperado. Já a média de número de corridas está três vezes acima do projetado pelo time. “A demanda está altíssima. A gente vem correndo para colocar cada vez mais scooters. Estamos muito contentes”, diz.

Futuro

Atualmente, as Ribas podem ser encontradas nos seguintes bairros de São Paulo: Pinheiros, Jardins, Jardim Europa, Ibirapuera, Moema, Vila Nova Conceição, Itaim Bibi, Vila Olímpia, região da Berrini, mas também na Chácara Santo Antônio no perímetro do Morumbi Shopping. Muito em breve, estará em Vila Madalena e, aos poucos, irá se espalhar pela cidade. Até o fim do primeiro semestre deste ano, serão 200 unidades espalhadas pela cidade e, no final do ano, a startup projeta cerca de mil unidades rodando por São Paulo.

Sem pressa, Freitas pretende expandir o serviço da Riba Share para outras cidades em dois anos. A ideia é que seja numa cidade com tipografia como São Paulo, com subidas e descidas que convidam o uso de uma scooter. Sete cidades estão no radar, mas Belo Horizonte está no topo da lista. E, mais adiante, eles pretendem ir para outros países da América Latina.