Fundada nos EUA há três anos, a startup Connectly desenvolveu uma assistente virtual com IA generativa focada principalmente em conversas de marketing e vendas. Integrada ao CRM e a plataformas de comércio eletrônico de varejistas, a Sofia, como é chamada a robô, consegue realizar uma conversa personalizada com o consumidor, alcançando conversões muito superiores a outros canais digitais.

Um dos seus clientes da Connectly reportou os seguintes resultados: cada 1 mil emails enviados geram entre US$ 35 e US$ 45 em vendas; cada 1 mil SMS, US$ 70; e cada 1 mil sessões com a Sofia no WhatsApp, US$ 600, revela Stefanos Loukakos, CEO da Connectly, em entrevista para Mobile Time. Ou seja é um resultado quase 20 vezes maior que o obtido por email.

“É preciso entender o que o consumidor quer e fazer as perguntas corretas durante a conversa. Isso requer muito desenvolvimento em IA para melhorar a conversão”, comenta Loukakos.

A Connectly começou trabalhando com o LLM da OpenAI, mas agora está desenvolvendo o seu próprio, que será combinado com os de terceiros. A ideia é melhorar ainda mais a assertividade das respostas, e aumentar a conversão.

Em geral um lead pode ser captado através de uma campanha publicitária online que leve para o WhatsApp da marca, ou para alguma página de cadastro em que seu telefone é solicitado, assim como a autorização para entrar em contato pelo app de mensageria. É a partir daí que a Sofia entra em ação. Ela faz contato pelo WhatsApp e, com base nos dados disponíveis, procura conversar com o cliente e indicar algum produto ou serviço para venda, em um diálogo natural criado com IA generativa.

“Sabemos se uma mensagem foi aberta, lida, clicada e se virou conversão. Temos esse feedback que ajuda a melhorar nossa geração de mensagens. Acumulamos muitas conversas para construirmos modelos melhores para nossos casos de uso”, diz o executivo.

A Connectly cobra uma licença pelo uso da sua plataforma, em um modelo SaaS, além do custo de sessões no WhatsApp.

Brasil

A Connectly possui centenas de clientes ao redor do mundo, incluindo dois dos cinco maiores varejistas da América Latina, afirma Loukakos. Seu maior mercado hoje é o Brasil, que responde por 35% da sua receita.

“O Brasil é um grande mercado e um dos mais avançados no uso de bots dentro do WhatsApp. Se nossa IA funciona bem no Brasil, então pode ser levada para outros mercados menos avançados. O mercado brasileiro de business messaging é mais maduro e mais avançado que o norte-americano”, compara.

O CTO da startup, Yandong Liu, concorda: “No Brasil, todos estão no celular, enquanto nos EUA muita gente usa mais o desktop. O Brasil tem uma cultura de mensageria que os EUA não têm”.

Ilustração no alto: Nik Neves