Não são apenas as operadoras de grande porte que estão de olho nas frequências a serem leiloadas para redes de quinta geração (5G) no Brasil. Dependendo de como as regras do leilão forem formatadas, operadoras de pequeno porte e atuação regional podem se interessar. É o caso da Arqia Datora, antiga Vodafone Brasil, que hoje atua como uma operadora móvel virtual (MVNO, na sigla em inglês) com foco em Internet das Coisas (IoT).

“Se houver abertura para pequenas operadoras participarem, de maneira que possam atuar de forma regional e focadas em determinados nichos e faixas de frequência específicas, e se não for um leilão em regime arrecadatório, interessaria não apenas para a Arqia mas para várias outras empresas. Dependendo das regras do leilão, vamos olhar como uma oportunidade”, disse Eduardo Resende, diretor executivo da Arqia Datora, em entrevista para Mobile Time.

O executivo entende que o 5G abrirá uma série de novas possibilidades em Internet das Coisas. “O 5G abre novas fronteiras para uma escala ainda maior de IoT e resolve uma série de questões do 4G”, comenta Resende.

A possibilidade de as operadoras tradicionais abrirem ainda mais espaço para MVNOs a partir do chamado “network slicing” no 5G não é visto como uma ameaça para a Arqia Datora. Ao contrário, a empresa encara a competição de forma positiva. “A competição nos fortalece para sermos cada vez melhores. Começamos com esse modelo em 2011. Fomos pioneiros nessa visão de MVNO para IoT no Brasil. Quando vemos novos concorrentes entrando, entendemos que nosso direcionamento estratégico está correto”, analisa.

A Arqia Datora tem pouco mais de 500 mil linhas em serviço, a maioria instalada em dispositivos de IoT para aplicações como monitoramento e gestão de frotas, segurança, utilities e serviços financeiros.

eSIM

Além do 5G, outra tecnologia que a Arqia Datora vem analisado é a do eSIM. A empresa está realizando testes com dispositivos com eSIM para gestão de frotas e deve homologar os primeiros produtos com essa tecnologia para adoção em 2020. Resende destaca como principal vantagem do eSIM embarcado de fábrica a redução de custos logísticos para a troca de chips. “O eSIM voltado para máquinas sem dúvida vai revolucionar e vai escalar o mercado, porque vai permitir um maior portfólio de conectividade e de soluções”, prevê.