O InoveBanco, empresa que oferece estrutura tecnológica e regulatória para operações white label de banking, rede de adquirência e sistema de benefícios, prepara a unificação de seus apps e sistemas de gestão dessas três áreas de atuação. Nas palavras de seu CEO, Patrick Burnett, será um ‘big app’, inspirado em players chineses como AliPay e WeChat. “Será muito intuitivo e moderno”, afirma. O lançamento está previsto para outubro.

Hoje, as operações de banking, rede de adquirência e benefícios rodam com sistemas e apps separados. Para cada cliente corporativo que contrata a estrutura do InoveBanco é desenvolvido um app white label para cada uma dessas áreas de atuação. A partir de outubro, isso será unificado em um app white label para cada cliente corporativo. Vale dizer que o InoveBanco também atua com a sua marca própria e seus três apps também serão concentrados em um só. Todo o desenvolvimento está sendo feito pela equipe própria de TI do grupo, que se define como uma ‘techfin’, não uma fintech. Toda a estratégia está sendo desenhada com o conceito de ‘mobile first’, com apps para Android e iOS. Mas também haverá versões para web.

Paralelamente, a companhia está preparando a sua independência em relação ao banco Votorantim, do qual utiliza hoje a licença junto ao Banco Central para atuar com serviços bancários e de pagamentos. O InoveBanco terá sua própria licença diretamente junto ao órgão regulador, informa Burnett. E deixará de ser uma subadquirente para virar uma adquirente.

BaaS

O InoveBanco tem hoje seis clientes ativos em Banking as a Service (BaaS) e outros 10 contratos sendo processados. Até dezembro, projeta ter 1,5 milhão de contas ativas, sendo 15% com sua marca própria e 85%, com as marcas de terceiros (white label). 

Entre as companhias que usam sua estrutura para BaaS estão grandes redes varejistas, universidades e empresas de facilities. “São arranjos fechados para os funcionários deles. Essas empresas enxergam uma oportunidade saindo do sistema financeiro tradicional: ao fazerem os serviços bancários dentro de casa, parte do que gastariam com isso volta para eles. E podem entrar em empréstimo consignado também. Assim, geram uma receita financeira fora do seu core”, explica o executivo.

Adquirência

A InovePay, sua rede de adquirência, tem hoje 16 mil clientes usando suas maquininhas e espera chegar a 22 mil até o fim do ano. Muitos deles são profissionais autônomos ou MEIs. Na tentativa de se diferenciar dos concorrentes, em vez de focar em preço, a InovePay procura oferecer serviços adicionais, como um seguro total para o lojista, assim como atendimento humanizado e ferramentas para ajudar na gestão dos negócios.

“Procuramos entregar soluções, produtos e serviços adicionais para que a gente fique menos refém da taxa. Se a gente conquistar o cliente por preço, ele vai tirar a gente por preço. Entregamos conciliação transparente e um sistema de gestão, além de ajudar na educação financeira. Temos atendimento personalizado e humanizado. Nos grandes players o cliente fala com um chatbot. Aqui fala com pessoas. Ele é um cliente, não é um número”, argumenta.

As máquinas da InovePay e sua conectividade são fornecidas pela TNS. “A TNS é nosso melhor e maior parceiro. Me desonerou um custo grande de aquisição de terminais e resolveu a parte da conectividade, porque antes tínhamos problemas com intermitência de sinal”, relata.

Outros negócios

O InoveBanco vem expandindo cada vez mais seu portfólio de serviços, com a criação de subsidiárias para cada segmento. Seu braço de benefícios, chamado Inove +benefícios, já conta com 2 milhões de usuários. Outras áreas em que entrou recentemente são as de empréstimos e a de softwares de gestão para bares e restaurantes.