A IHS Towers deve construir cerca de 750 torres no Brasil este ano, chegando a um total próximo de 8 mil no País, informa o CEO da companhia, Sam Darwish, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 18, no Rio de Janeiro. Desse total, entre 15% e 20% já estão dotados de equipamentos 5G.

A IHS Towers atua como uma rede neutra. Ela constrói torres e aluga o espaço para as operadoras móveis instalarem seus equipamentos. Claro, Vivo e TIM são suas clientes e há conversas para atrair também as operadoras regionais. Vale destacar que a IHS inclui em sua oferta a conectividade das torres, geralmente em fibra óptica, além da possibilidade de instalação de edge data centers, combinação que constitui um dos seus diferenciais competitivos.

Dentro do seu plano de expansão orgânica, a IHS pretende replicar em todo o Brasil um projeto bem-sucedido de instalação de torres na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Com o apoio de ONGs e de líderes comunitários, a empresa instala as torres e, em troca, constrói alguma estrutura que o local esteja necessitando.

Sam Darwish, CEO, IHS Towers

Sam Darwish, CEO da IHS Towers: “O contexto agora é o seguinte: crescimento é vaidade; lucro é sanidade; e dinheiro em caixa é rei. Ou seja, é preciso gerenciar seu crescimento com cuidado”

Expansão inorgânica

Desde que chegou à América Latina, há três anos, a IHS realizou várias aquisições, como as da SP5, da Cell Site Solutions, da Skysites e da Centennial Tower. Questionado se sua presença no Brasil nesta semana significaria alguma nova aquisição em andamento, Darwish desconversou: “Olhamos para oportunidades de aquisições em todos os lugares, desde que seja algo que faça sentido estrategicamente. Mas desde 2021 o custo do capital subiu. O contexto agora é o seguinte: crescimento é vaidade; lucro é sanidade; e dinheiro em caixa é rei. Ou seja, é preciso gerenciar seu crescimento com cuidado”. E acrescentou: “Nosso core é de construtor. É pela construção que podemos adicionar valor”. 

Modelos de negócios

Por fim, o CEO descartou, ao menos por ora, seguir caminhos como os dos competidores American Tower, que investiu em uma rede LoRa, e Winity, que apostou na compra de espectro. “Adoro a simplicidade do nosso modelo. Provemos um pipeline, seja a torre ou a fibra. Você pode usar como quiser. Neste momento é nisso que focamos”, explicou.

A IHS nasceu na África, onde atua em vários países. Seu maior mercado é a Nigéria. Na América Latina, além do Brasil, está na Colômbia e no Peru.