Luisa Muneratti, vice-presidente da Bango para Américas e região Ibérica (Crédito da imagem: Izilda França)

A Bango é uma empresa que fornece serviços de pagamento alternativos em 80 países, processando bilhões de dólares em transações para as principais lojas de aplicativo e outros serviços online. Com o produto Bango Audiences, a companhia analisa essas informações de compra para segmentar públicos que os desenvolvedores de apps podem usar em suas campanhas, transformando pagamentos em dados. Luisa Muneratti, vice-presidente sênior para Américas Ibéria da Bango, deu detalhes sobre o serviço no MobiFinance, realizado nesta terça-feira, 18, em São Paulo.

Com mais de 200 parceiros no mundo todo, a companhia faz integração com carteiras digitais e operadoras fixas e móveis, por meio do direct carrier billing (DCB). Em 2021, transacionou US$ 4 bilhões, em sua grande maioria pagamentos de serviços digitais. Neste ano esse volume deve praticamente dobrar, segundo Muneratti, por conta da aquisição da NTT Docomo. Sete das 10 maiores empresas da Nasdaq utilizam serviços da Bango. E, entre alguns merchants do setor de streaming que os utilizam, estão Netflix, Disney Plus, Paramount Plus e Amazon.

Para a VP, na América Latina os meios de pagamento alternativo são uma opção principalmente para as pessoas desbancarizadas ou que ainda não possuem confiança o suficiente para realizar pagamentos online. Também são um atrativo para melhorar a experiência dos usuários, já que a fricção é reduzida, com transações mais rápidas e com menos etapas.

“A maioria das empresas que processam pagamentos olham a jornada até o pagamento. A jornada não para aí. Ela se enriquece quando fazemos algo com esses dados gerados. No momento que entendemos que temos uma riqueza de dados transacionando na nossa plataforma, e que conseguimos trabalhar esses dados para ofertar o conteúdo certo para o usuário certo, isso se torna um negócio exponencial”, afirmou.

A intenção do Bango Audiences é segmentar com base no que as pessoas de fato compram. Todos os dados gerados por meio dos pagamentos são processados e organizados em clusters categorizados – grupos de pessoas com determinado comportamento de compra. Games, apostas, saúde e fitness são algumas dessas divisões, que podem ser separadas por países, de acordo com interesse dos desenvolvedores de app. Com alguns dados é possível saber a média de gastos do usuário, a frequência de compras e quais os tipos de conteúdos comprados.

“Começamos fazendo o target só dentro de jogos. Depois, começamos a ofertar isso para desenvolvedores de qualquer outro tipo de aplicativo. O que temos aqui são sempre dados a serem aplicados em qualquer plataforma potencial de compra. Pode ser TikTok, Instagram, Snapchat”, explicou.

Ela conta sobre um case em que um desenvolvedor de apps de animes e RPG, o UBIS, investiu dentro do TikTok, levando em consideração os insights gerados com o Bango Audiences. A partir disso, conseguiram melhorar em 95% o retorno em investimentos de publicidade dentro da plataforma. “Entregamos para ele quem ia realmente pagar pelo conteúdo que estava ofertando”, disse.

No momento em que o usuário compra novamente, a plataforma se retroalimenta e os clusters são atualizados com mais dados comportamentais desse consumidor, o que permite realizar novas segmentações. Isso é o que a Bango chama de círculo virtuoso de pagamentos, já que ele não acaba – dados inéditos são sempre gerados, culminando em campanhas, compras e novos dados.