Na abertura do mobi-ID, evento online promovido por Mobile Time, nesta quinta-feira, 18, Celio Ribeiro, presidente da Abrid (Associação Brasileiras das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital), afirmou que o DNI (Documento Nacional de Identidade) não tem validade legal como identidade civil no Brasil. “O DNI não está regulamentado e não existe de forma jurídica correta. No País, um documento com validade de identidade civil só pode existir no meio físico. O digital é somente complementar”, explicou.

Ribeiro defendeu a necessidade do acesso à documentação básica pela população brasileira. “Num País em que lutamos pelo fim do sub-registro, não podemos querer que o DNI venha como identidade privilegiando quem tem smartphone”, observou. Segundo ele, neste caso, é preciso uma legislação específica sobre identidade civil, que vá desde o nascimento do cidadão até o óbito.

Gileno Barreto, diretor-presidente do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), também defendeu a ampliação do acesso aos serviços públicos. Segundo ele, a plataforma gov.br tem a missão de democratizar e facilitar estes serviços. Para este ano, ele afirmou que o site contará com um novo liveness, que deverá melhorar a validação biométrica (a pessoa não precisará mais virar o rosto para ser validada, por exemplo), além de novas ferramentas de busca. “Queremos ser um player para autenticação, pois isso será uma melhoria do ambiente de negócios. O Serpro está aberto ao setor privado e quer contribuir para o mercado”, disse Barreto.

Dificuldade de contratações

Rafael Sbampato, head do ValidLabs, da Valid, e Yasodara Cordova, principal privacy researcher da unico, apontaram que o principal desafio do setor privado é a contratação de profissionais especializados, principalmente em criptografia. “Nossa impressão é a de que todos os criptógrafos estão fora do Brasil”, brincou Cordova.

“Os Estados Unidos descobriram que o Real está desvalorizado e que por isso podem pagar muito bem a profissionais brasileiros. Talvez tenhamos que nos juntar [entre diferentes empresas] para dividir profissionais, fazer um intercâmbio mesmo de técnicos, por uns bons anos”, completou Sbampato.