O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) firmou parceria com a Qualcomm Ventures – área de investimentos da fabricante – para a criação de um fundo de R$ 160 milhões com o intuito de fomentar o desenvolvimento de Internet das Coisas (IoT) no Brasil. As duas partes devem investir metade do valor, ou R$ 80 milhões (R$ 40 milhões cada uma), e espera-se que a outra metade venha de outros investidores interessados em startups em estágio inicial (capital semente e financiamento de série A), foco da iniciativa.

A política de investimentos do fundo deve contemplar startups com aplicações de hardware, software e análise de dados, além de empresas voltadas para áreas estratégicas, como manufatura 4.0, smart cities, saúde, agro e IoT residencial.

“Nossa intenção é fomentar o ecossistema de IoT brasileiro e ajudar as indústrias a ganharem produtividade. Boa parte do mundo corporativo, em especial no setor de manufatura, está procurando maneiras de ganhar produtividade e a IoT ajuda na transformação digital das empresas. E, claro, no fim queremos ganhar dinheiro com isso”, explica Alexandre Villela, diretor sênior da Qualcomm Technologies Inc. e diretor-executivo da Qualcomm Ventures para América Latina.

Assim que o fundo terminar de levantar o restante do capital estipulado ele deve começar suas operações. Segundo Villela, a ideia inicial é aportar de US$ 1 milhão a US$ 3 milhões por startup (ou entre R$ 4 milhões e R$ 12 milhões). “Imaginamos que a partir do segundo semestre de 2020 o fundo comece a operar”, estima o executivo da Qualcomm.

Mas antes será preciso encontrar o gestor profissional para administrar o fundo. Esta figura será selecionada pela Qualcomm e pelo BNDES por meio de um edital de seleção, disponível no site do banco. Os gestores de fundos de investimentos em participações poderão encaminhar suas propostas até o dia 7 de fevereiro de 2020.

Em comunicado, Qualcomm e BNDES informaram nesta quarta-feira, 18, que o fundo está alinhando tanto com o Plano Nacional de IoT quanto com a Lei de Informática. Vale lembrar que o governo federal publicou o decreto presidencial instituindo o Plano Nacional de IoT no dia 26 de junho deste ano, cujo objetivo é impulsionar novos negócios na área. O texto, definiu a Internet das Coisas como uma “infraestrutura que integra a prestação de serviços de valor adicionado com capacidades de conexão física ou virtual de coisas com dispositivos baseados em tecnologia da informação e comunicações existentes e nas suas evoluções, com interoperabilidade”. Ou seja: a tecnologia é uma infraestrutura para Serviços de Valor Agregado (SVAs).