Nas últimas duas décadas, as operadoras de redes móveis em todo o mundo gastaram bilhões de dólares em infraestrutura com o objetivo de aprimorar a experiência dos clientes com a mobilidade. Com o crescimento exponencial dos dados que trafegam por essas redes, impulsionado principalmente por aplicativos de web e streaming de vídeo, foi preciso mudar o foco da cobertura para aumentar a capacidade. Com isso, as operadoras são forçadas a investir em despesas operacionais e de capital para garantir a qualidade. Diante da previsão do aumento de capacidade das redes móveis, as operadoras estão procurando maneiras de lidar com o aumento do volume de tráfego e, ao mesmo tempo, reduzir os futuros custos operacionais e de implementação.

Em um ecossistema onde a demanda por capacidade de tráfego é dinâmica – em relação ao tempo e à localização -, os desafios para as operadoras de redes sem fio se tornaram ainda mais complexos. A qualidade dos serviços (QoS) das operadoras é medida onde quer que esteja o cliente em um determinado momento e, com mais de 80% do tráfego móvel de dados ocorrendo em ambientes restritos (indoor), este exige capacidade e cobertura confiáveis. O Sistema Distribuído de Antenas (DAS), ou mais especificamente o DAS passivo, tem sido uma abordagem muito comum para garantir a cobertura sem fio nesses ambientes.

O DAS passivo fornece cobertura para redes em lugares limitados ao permitir que os recursos de rádio sejam distribuídos no local. Durante o processo de implementação, os projetistas de rede têm de gastar muito tempo e recursos na fase de planejamento, levando em conta uma grande variedade de aspectos, desde requisitos de cabeamento e compatibilidade com uma única ou várias operadoras, até considerações arquitetônicas e estéticas. O DAS passivo é capaz de colocar em prática as funções para as quais foi originalmente criado e só para isso: distribuir recursos sem fio dentro de uma área de serviço, com sua alocação estática de cobertura entre estações-base e antenas e sua incapacidade de fornecer os recursos de rede dinamicamente quando e onde eles são necessários.

Com o crescimento exponencial do tráfego móvel de dados e a chegada de era 4G LTE, as operadoras de redes móveis precisam de uma solução capaz de lidar com a demanda intensiva de capacidade de dados vinda de smartphones e dispositivos sem fio.  Elas necessitam de uma arquitetura flexível, expansível e mais inteligente para gerenciar a rede de modo eficaz e eficiente, minimizar as despesas operacionais e de capital e maximizar os recursos utilizáveis.

Para suportar grandes volumes de dados, de forma dinâmica e sem perder a qualidade, a opção do roteador por radiofrequência é a opção mais viável e segura para atender a demanda por capacidade de dados. O roteador de radiofrequência faz o processamento digital por configuração de um software, e os sinais de radiofrequência da estação-base são convertidos em fluxo de dados digital. O sinal permanece digital por toda a rede de distribuição por rádio e isso garante maior alcance e uma taxa de transferência de dados mais alta. Já com o DAS passivo, o sinal de radiofrequência é limitado pela distância, independentemente do que esteja sendo propagado pelo ar ou fibra óptica. Os roteadores de radiofrequencia, por outro lado, estende as distâncias operacionais em até 40 km – cerca de 10 vezes mais do que a distância operacional da geração anterior do DAS. Isso oferece um novo cenário de flexibilidade para os projeto e redução de custos para as operadoras.

O roteador de radiofrequência oferece uma característica exclusiva: a capacidade e a cobertura sem fio podem ser direcionadas para o local e nos momentos necessários. Qualquer que seja a rede de transporte físico subjacente, uma rede lógica é formada para que os sinais de radiofrequência trafeguem de qualquer origem para qualquer destino – uma rede multiponto-multiponto, também conhecida por rede N-to-M.

Isso significa que a capacidade não utilizada e ociosa em uma parte da área de serviço pode ser roteada dinamicamente dentro da rede para outra parte necessitando de capacidade adicional, para cobrir um pico temporário de uso. Isso garante que nenhuma capacidade utilizável seja desperdiçada, permitindo que as operadoras de rede maximizem o QoS para todos os dispositivos e usuários na rede. Realocar recursos de rádio para o local e no momento necessário elimina a necessidade de provisionamento excessivo, fazendo a adaptação de forma inteligente à capacidade demandada pelos usuários em uma determinada região da área de serviço. Além disso, o roteador de radiofrequência é totalmente configurável e controlado por software, capacitando as operadoras para gerenciar e manter as redes remotamente sem precisar de técnicos em campo.

Por exemplo, vamos considerar um estádio. Durante um evento esportivo ou um show, é demandado uma grande capacidade para as redes sem fio para que as pessoas enviem fotos, façam ligações e upload de vídeos e fiquem conectadas com amigos e familiares, tudo simultaneamente. No entanto, durante os dias sem jogo, o estádio não precisa de tal capacidade. Com o roteador de radiofrequência, a capacidade pode ser roteada de um grupo central de estações-base para pontos de acesso, quando e onde estiver a alta densidade de usuários -– ao contrário dos sistemas tradicionais com atribuição estática de capacidade. Isso permite que a capacidade seja roteada para o estádio durante os dias de jogo e para as áreas circundantes durante dias sem jogo. O resultado é uma economia significativa para as operadoras móveis em termos de custos operacionais e de capital, além da garantia de QoS para todos os usuários móveis.

Um dos maiores custos de instalação de rede sem fio é a estação-base, que fica entre R$ 3.000.000 e R$ 6.000.000 para instalar. Usando o roteador de radiofrequência, as operadoras não são mais obrigadas a fornecer uma ou mais estação por local, o que diminui expressivamente o custo total de propriedade (TCO). O longo alcance da conectividade fornecida pelo equipamento assegura às operadoras a capacidade de centralizar as instalações de estações em "hotéis" que podem ser ampliados e reduzidos em tamanho com base nas cargas de rede, sejam temporárias ou permanentes. Essa capacidade pode ser roteada para pontos de acesso, onde e quando for preciso, a partir de uma fonte central. Em comparação, o DAS analógico precisa ser redesenhado e configurado para acomodar uma carga máxima teórica por local. Com o roteador de radiofrequência, os "hotéis ou fazendas" podem acomodar as cargas de muitos ambientes dentro da limitação de distância da fibra para fornecer a capacidade sem fio necessária. As operadoras podem agora criar "hotéis" metropolitanos a partir de onde muitas localidades podem ser atendidas ao mesmo tempo. Os custos operacionais também diminuem, eliminando despesas com locação, ar condicionado, energia e muitas outras fontes de gastos de operação.