Apesar de toda a pressão externa e de setores do governo brasileiro, a Vivo não vê problemas com a Huawei no momento. Segundo declarou nesta quarta-feira, 19, o CEO da operadora de telecomunicações, Christian Gebara, a empresa chinesa é um “provedor importante em acesso e também no core de rede” para a companhia. Além disso, o executivo afirma que a fornecedora segue como parceira, ainda que a tele esteja de olho em possíveis desdobramentos.

O executivo também ressalta que a companhia do Grupo Telefónica adota medidas de segurança, não apenas com a Huawei. Além disso, ele afirma não querer “especular sobre o que vai acontecer”. “Até o momento, temos ficado totalmente confortáveis com o que temos, mas claro que estamos monitorando”, disse Gebara em teleconferência para analistas.

“Atualmente, a Huawei é relevante [para a operadora] como qualquer outro player”, completa, ressaltando que isso também entra no contexto da futura chegada do 5G. “Se tiver mudança, estamos monitorando para agir.”

O governo brasileiro tem mostrado sinais de que poderia restringir a atuação de fabricantes chineses como a Huawei na implantação do 5G de forma semelhante ao que foi adotado pelo Reino Unido e União Europeia. A intenção é agradar o governo dos Estados Unidos, que tem feito ameaças de enfraquecimento de relações militares e de inteligência aos países que continuarem a empregar fornecedores considerados (pelos próprios EUA) como “inseguros”.

Capex e Opex

Ao se preparar para a chegada da quinta geração, a Vivo mantém a expansão da fibra e da cobertura móvel em 4G e 4,5G. O executivo diz que, enquanto o ecossistema de 5G ainda está se desenvolvendo no mundo, no Brasil ainda há o desafio do LTE. “Vamos continuar em 2020 a fazer mais fibra no backhaul, o que permite sermos mais competitivos em 5G”, declara. A empresa aumentou os investimentos em 4G no ano passado em 51%.

Outra iniciativa na rede móvel é o compartilhamento de rede acordado com a TIM, o que ainda está pendente de aprovações regulatórias. Gebara afirma estar otimista com a proposta, embora reconheça que nas tecnologias 2G e 3G talvez não haja tanto impacto. “Não sei se vai trazer muitas economias, mas vai nos permitir mais foco. E também o single grid, que será bom para Opex e economias”, destaca. O acordo prevê também compartilhamento em cidades onde uma das empresas não tem cobertura.

Segundo a Vivo, os processos de digitalização e melhoria na eficiência permitiram uma economia de R$ 846 milhões no ano passado, o que representaria 54% da meta de R$ 1,6 bilhão prevista até 2021. Para tanto, a empresa está oferecendo e-billing e automação interna, com 508 robôs sendo já utilizados com taxa de eficácia de 85%. Além disso, a empresa diz que 62% dos problemas técnicos são solucionados digitalmente no aplicativo/site Meu Vivo.