O Brasil está em meio a uma crise econômica que dia a dia é agravada pela instabilidade política vigente no País. Isso nos leva a crer que 2015 será um ano desafiador para empresas de todos os tamanhos. Cada setor, com suas peculiaridades, vai buscar suas próprias soluções para ultrapassar as barreiras da melhor maneira possível. A dúvida é o que esperar de segmentos novos que ainda estão em um estágio inicial de desenvolvimento, como a indústria de pagamentos móveis?

A resposta passa por dois pilares que sustentam o setor: a economia e a tecnologia.

Somos conhecidos pelo espirito empreendedor. Não é à toa. Segundo o Sebrae, 28% dos brasileiros são donos do próprio negócio. A cada ano, surgem aproximadamente 460 mil novas empresas no País e, mesmo em um cenário de estagnação, isso não deve mudar. Para muitos, essa é a hora e a vez de colocar em prática aquela ideia de um novo negócio para complementar ou até mesmo criar uma fonte de renda. Afinal, a alta da inflação, a evolução do dólar e o reajuste fiscal estão pressionando uma parcela significativa da nação a buscar alternativas para passar por esse momento com mais tranquilidade financeira.

Nesse contexto, o cenário que parece nebuloso para a maioria dos segmentos da economia, se converte em viés positivo para as áreas que ajudam a fomentar o empreendedorismo. É o caso das soluções tecnológicas para pagamentos móveis e gestão de pequenos negócios. Esta necessidade de desenvolvimento vale para toda a indústria, mesmo em escalas menores e em ecossistemas específicos. Em 2015, tanto empreendedores recém-chegados quanto aqueles de longa data, não podem se dar ao luxo de perder nenhum tipo de negócio por falta de opção em formas de pagamento incluindo crédito e parcelamento. Mais do que isso. Aqueles que quiserem evoluir para além do período de tempestade e permanecer no mercado no longo prazo devem conciliar a tecnologia com a gestão do negócio. Por isso a vantagem dos meios de pagamentos móveis  que também oferecem ferramentas de controle de vendas e estoque.

É aí que entra o outro pilar de sustentação da democratização desses meios: a tecnologia. Mais especificamente as soluções de mobilidade como o NFC (Near Field Communications ou Tecnologia de Comunicações de Campo Próximo). Essa tecnologia terá um impacto crucial no mercado de pagamentos móveis – e já foram lançadas as primeira sementes. Anunciado no final de 2014, o Apple Pay é o prenúncio de uma revolução que tende a se concretizar dentro de alguns anos no Brasil. Por enquanto, a base estabelecida de mais de 700 mil cartões no País e a disponibilidade de soluções presenciais para pagamento com leitores de cartões de chip, através de smartphones e tablets, continuará sendo a melhor concretização dos pagamentos móveis acessíveis a autônomos, profissionais liberais e pequenas empresas.

Com as empresas preparadas para o próximo estágio da evolução tecnológica, começamos a avançar para a necessidade do consumo dessas soluções. O Brasil é um dos países mais conectados do mundo, infelizmente, isso não quer dizer necessariamente que as empresas usem a tecnologia a seu favor para agregar valor aos seus negócios. Uma pesquisa conduzida pelo Boston Consulting Group com a Qualcomm em países emergentes, incluindo o Brasil, apontou que apenas 25% das empresas nacionais utilizam tecnologias móveis em níveis mais sofisticados. O estudo também mostrou que o ganho das companhias mais tecnológicas é até 50% em comparação às demais. Segundo os entrevistados da pesquisa, entre as principais vantagens estão: a aderência de um número maior de clientes e a ampliação da oportunidade de negócios.

Ou seja, se associarmos o cenário econômico atual com a evolução tecnológica, não restam dúvidas sobre como estes pilares estão correlacionados. A necessidade da adesão dos pagamentos móveis pode contribuir muito para a criação e sobrevivência de empresas nacionais, principalmente para as de menor porte.

Agora, a indústria de pagamentos móveis precisa fazer o seu papel e acompanhar a evolução tecnológica do seu setor, oferecendo soluções que propiciem o desenvolvimento de todo o ecossistema. Assim, os pequenos negócios terão força para ajudar a levantar até mesmo economias gigantes adormecidas.